Papéis de JBS, BRF e Marfrig têm altas entre 40% e 70% em 2024 devido à melhora do cenário, aumento das margens de lucro e demanda por carne.
O setor de frigoríficos continua atraindo investidores no mercado brasileiro. Após um agosto positivo, em setembro o Ibovespa não voltou a se firmar, mas os frigoríficos seguem mostrando um desempenho sólido. Com a nova alta da Selic e a perspectiva de que os juros continuem subindo, os investidores ficaram ainda mais cautelosos com a bolsa, mas os frigoríficos continuam a ser uma opção atraente.
No entanto, é importante notar que o setor de frigoríficos está intimamente ligado à indústria de alimentos e à produção de carne, o que pode afetar seu desempenho no futuro. As empresas de processamento de carne, em particular, podem ser impactadas por mudanças nos preços dos insumos e na demanda por produtos cárneos. É fundamental que os investidores monitorem esses fatores para tomar decisões informadas. Além disso, a inovação e a eficiência operacional serão fundamentais para o sucesso das empresas de frigoríficos no futuro.
O Desempenho dos Frigoríficos no Mercado
No setor de carne, os frigoríficos têm sido um dos principais destaques do ano, com três das quatro empresas representantes do setor no Ibovespa apresentando altas consistentes, variando de quase 40% a quase 70% em 2024. Segundo analistas, esse bom desempenho é resultado da melhora do cenário para o setor e de acontecimentos específicos em cada uma das empresas. Mas será que ainda há espaço para mais ganhos? Segundo especialistas, sim, mas é preciso ter cuidado ao investir.
A alta das ações dos frigoríficos neste ano foi uma combinação da melhora do cenário para o setor e de acontecimentos específicos em cada uma das empresas. Do ponto de vista de contexto, uma das principais explicações foi a queda do preço de grãos como milho e soja, que são a base da alimentação de frangos e suínos. Essa queda nos custos dos frigoríficos permitiu que muitos deles reverteram prejuízos e passaram a registrar lucro.
A Queda dos Custos e a Melhora das Margens de Lucro
‘Os custos do setor estavam bastante elevados. Então, desde o final do ano passado e no início desse ano, tivemos uma queda nas commodities de grãos, o que deixou os custos dos frigoríficos interessantes’, afirma João Daronco, analista da Suno. Segundo o especialista, essa mudança também ajudou a diminuir o endividamento dessas empresas, também chamado de alavancagem financeira. Isso acontece porque, ao reduzir seus custos, a empresa aumenta suas margens de lucro, o que permite que ela gere mais lucro em relação às dívidas e reduza sua alavancagem financeira.
A melhora das margens de lucro também melhorou a percepção dos investidores em relação às empresas, o que aumentou a demanda por suas ações e ajudou a puxar os papéis para cima. Além disso, a queda da alavancagem financeira reduziu o risco associado às empresas, o que também contribuiu para a alta das ações.
A Demanda por Carne e a Melhora do Mercado
Outro ponto positivo do ponto de vista contextual que ajudou essas companhias foi a melhora do próprio mercado e da demanda. Segundo Leonardo Alencar, principal analista de agro, alimentos e bebidas da XP, a demanda por carne suína das Filipinas e do Sudeste Asiático está forte, bem como a demanda da China e da América do Norte por carne bovina. Mas, segundo o analista, cada uma das empresas aproveitou esse cenário de maneira diferente, com ajustes internos que culminaram em bons resultados.
A JBS, por exemplo, foi apontada pelo analista como sua favorita do setor. As ações da companhia subiram mais de 85% nos últimos 12 meses e mais de 42% só neste ano. Segundo Alencar, sua diversificação é um dos principais trunfos, especialmente agora em que quase todos os segmentos da companhia estão indo bem.
Fonte: @ Valor Invest Globo