Vírus circulante detectado em Gaza e outros países: emergência de saúde pública, risco de propagação do poliovírus internacional em populações crescentes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou hoje que a poliomielite continua sendo considerada uma emergência em saúde pública de interesse internacional.
Apesar dos avanços no combate à poliomielite, a OMS reforça a importância de manter a vigilância e os esforços para erradicar essa doença altamente contagiosa.
Emergência em Saúde Pública: Propagação do Poliovírus Internacional
A Organização Mundial da Saúde ressaltou a importância da análise do comitê de emergência sobre a circulação do poliovírus em diversos países, incluindo Afeganistão, Etiópia, Guiné Equatorial, Quênia, Mali, Níger, Paquistão, Senegal e Somália. O comitê, de forma unânime, reconheceu o risco contínuo de propagação internacional do poliovírus, configurando uma emergência em saúde pública de importância internacional. A recomendação de prorrogar as orientações temporárias por mais três meses foi enfatizada pela OMS.
Entre os fatores considerados, a fragilidade da vacinação de rotina em muitos países foi apontada como um ponto crítico. Sistemas de imunização vulneráveis podem ser ainda mais impactados por situações de emergência humanitária, como conflitos, aumentando o risco de surtos de poliomielite. A falta de acesso à imunização também representa um desafio significativo, especialmente em regiões como o norte do Iêmen e a Somália, onde populações inteiras permanecem desprotegidas contra a doença.
Desde a última reunião do comitê de emergência, foram notificados 12 novos casos de poliovírus selvagem, sendo cinco no Afeganistão e sete no Paquistão, totalizando 14 casos em 2024. Além disso, houve um aumento no número de amostras ambientais positivas para o vírus, com 186 casos no Paquistão e 62 no Afeganistão este ano.
Os casos de poliovírus circulante derivado da vacina também têm sido uma preocupação, com 72 casos registrados em 2024, incluindo 30 na Nigéria. Etiópia e Guiné Equatorial são os novos países a relatar casos desse tipo desde a última reunião do comitê. A propagação desse vírus ocorre devido à presença do vírus atenuado na vacina oral, que pode se multiplicar no intestino e ser eliminado nas fezes, contaminando outras pessoas em áreas com saneamento inadequado.
A detecção do poliovírus circulante derivado da vacina em amostras ambientais em diversos países, sem casos confirmados da doença, destaca a importância da vigilância contínua e da manutenção da cobertura vacinal. A circulação do vírus em regiões com baixa imunização representa um risco para crianças suscetíveis, ressaltando a necessidade de esforços contínuos na erradicação da poliomielite.
Fonte: @ Agencia Brasil