Seis pacientes foram infectados por HIV após receberem órgãos de doadores com o vírus, apesar de laudo negativo da Patologia Clínica. A Polícia Federal e a Polícia Civil investigam, em parceria com a Secretaria Estadual, na Operação Verum.
Uma investigação está em andamento no Rio de Janeiro após a descoberta de que seis pacientes foram infectados com o vírus HIV após receberem transplantes de órgãos. A situação é considerada grave e está sendo investigada pela Polícia Federal. Os casos foram revelados na sexta-feira (11) e têm gerado grande preocupação entre as autoridades de saúde.
Os pacientes infectados estão passando por um momento difícil e pedem por justiça. Além disso, documentos que apontam irregularidades no laboratório responsável pelos transplantes também foram divulgados. É importante lembrar que o doente que recebe um transplante de órgão já está em uma situação vulnerável e precisa de cuidados especiais. A infecção por HIV pode agravar ainda mais a condição de saúde do enfermo. A situação é considerada um caso grave de negligência e está sendo investigada com rigor. A saúde dos pacientes é a prioridade e medidas estão sendo tomadas para garantir que isso não aconteça novamente. A transparência é fundamental nesse caso.
Erro em Laboratório deixa Pacientes Infectados
Na manhã desta segunda-feira (14), a Polícia Civil do RJ iniciou a Operação Verum, com o objetivo de prender 4 pessoas envolvidas no caso de infecção de Pacientes que receberam órgãos transplantados de Doentes com HIV. O erro ocorreu dentro de uma das unidades do laboratório Patologia Clínica Doutor Saleme (PCS-Saleme), contratado pela Secretaria Estadual de Saúde. A clínica emitiu laudos negativos para HIV de dois Doadores – um homem e uma mulher – que, na verdade, estavam Infectados com o vírus.
Ao todo, nove órgãos foram transplantados em Pacientes que agora estão Acometidos pela doença. Uma das Pacientes infectadas, que preferiu não se identificar, contou ter recebido um rim e expressou sua revolta e desespero com a situação. ‘É como se o chão se abrisse e você… Sabe? Porque é a minha vida e daqui pra frente, a minha vida mudou. A minha família tá revoltada, porque a gente entra lá com a maior confiança de que vai dar tudo certo’, afirmou.
A Paciente desabafou sobre sua atual situação, destacando que sua vida mudou completamente. ‘Vai mudar a minha vida completamente, porque antes era só os meus remédios pra não ter rejeição dos meus rins. Eu não fiz nada pra adquirir isso. O erro foi de pessoas irresponsáveis. Porque eu acho que quem lida com a vida de uma outra tem que ter responsabilidade e muita’, observou.
A Paciente também criticou o PCS-Saleme, afirmando que eles não estão lidando com a vida dos Pacientes de forma responsável. ‘Eles não estão lidando com a nossa vida. Foi só dinheiro que eles viram, né? E foi muito, não foi pouco. Foi muito dinheiro. Não tem nenhuma justificativa. Eu quero punição’, pediu.
Repercussão e Consequências
Segundo a Paciente, ela só recebeu a notícia da infecção no último dia 3 de outubro e foi encaminhada a um posto de saúde, onde a infecção foi confirmada. No entanto, a moça relatou não ter recebido orientações sobre tratamento ou medicamentos e que sua próxima consulta estava marcada apenas para o dia 29 deste mês.
Com a repercussão do caso, um novo atendimento foi agendado para esta terça-feira (15). O Governo do estado informou que os Pacientes infectados estariam recebendo atendimento clínico e psicológico, informação desmentida pela vítima. ‘É essa a minha revolta. Porque eu ia ficar até dia 29 sem medicação nenhuma’, explicou.
A Paciente garantiu que vai lutar para que os responsáveis pelo erro sejam punidos e para que outras pessoas possam realizar transplantes com segurança. ‘Que felicidade que eu fiquei, meu Deus, quando eu recebi meu rim. Quando o médico disse pra mim: ‘Você jamais vai fazer hemodiálise’. Meu Deus do céu, fui no céu. Eu quero isso para os outros, sabe? A gente tem que ter essa confiança. Essa história não pode continuar, tem que acabar aqui. Então, tem que haver muita responsabilidade no que está sendo feito, para que outras pessoas possam fazer seus transplantes com segurança’, concluiu.
Fonte: @ Hugo Gloss