Os bancos brasileiros esperam regulamentação da reforma tributária para manter carga fiscal equilibrada no ambiente de negócios.
A previsão dos bancos no Brasil é que a legislação da reforma tributária consiga manter uma carga fiscal equilibrada sobre o setor como maneira de evitar um impacto adverso no crédito, conforme afirmou o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney.
Além disso, a expectativa é que as medidas adotadas possam incentivar o acesso ao crédito e estimular o crescimento econômico, beneficiando também aqueles que buscam empréstimos para investir em seus projetos e negócios.
Crédito e Empréstimo: Importância da Regulamentação e Estabilidade no Ambiente de Negócios
Segundo Sidney, é crucial para os bancos que o ambiente de negócios seja estável e seguro. Um dos fatores que impactam significativamente no custo da intermediação financeira realizada pelos bancos é a cunha fiscal, que se refere aos impostos incidentes sobre essa atividade. Portanto, é do interesse dos bancos, bem como das pessoas e empresas que buscam empréstimos, que a regulamentação da reforma tributária leve em consideração o custo do crédito no Brasil.
Para ilustrar, a cada R$ 100 de spread bancário pago, cerca de R$ 25 são destinados a impostos, o que acaba sendo repassado para o custo dos empréstimos. Nesse sentido, existe uma preocupação de que a regulamentação não aumente a cunha fiscal, impactando não apenas os bancos, mas o crédito em si.
Sidney ressalta que os bancos não tomam o crédito, mas sim o concedem. Em uma entrevista da série ‘Grandes Temas, Grandes Nomes do Direito’, ele destaca a importância do setor bancário no fomento da economia brasileira, financiando investimentos para o setor produtivo e para o consumo. No entanto, para desempenhar esse papel, os bancos necessitam de um ambiente de negócios estável e seguro.
É relevante destacar que o setor bancário brasileiro atualmente emprestou cerca de R$ 6 trilhões para famílias e empresas, o que representa mais de 50% do PIB. Isso demonstra a confiança nas famílias e empresas, mas é essencial que a institucionalidade do país seja mantida.
Além disso, Sidney aborda o papel dos grandes bancos nacionais na adoção de novas tecnologias no setor financeiro. Ele enfatiza que, apesar da percepção de que os bancos tradicionais estão perdendo espaço para outros modelos de serviços financeiros, o setor bancário brasileiro é uma referência global em inovação. Ao longo de sua trajetória de 34 anos no setor, Sidney destaca a capacidade do setor bancário em fornecer serviços financeiros inovadores, eficientes e acessíveis para a população.
Os bancos tradicionais foram pioneiros na digitalização dos serviços financeiros, introduzindo tecnologias como o chip no cartão de crédito para aumentar a segurança e o internet banking. Essas inovações demonstram a constante preparação do setor bancário para acompanhar as mudanças e continuar a oferecer soluções financeiras avançadas para a sociedade.
Fonte: © Conjur