ouça este conteúdo
CFM sugere indução de parto em vez de método criticado de interrupção.
O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran da Silva Gallo, declarou hoje que a assistência fetal é essencial para garantir a saúde da mãe e do bebê durante a gestação. A assistência médica adequada pode prevenir complicações e garantir um parto seguro.
É crucial reconhecer que a ausência de batimentos cardíacos fetais pode ser um sinal de alerta para a saúde do feto. Nesses casos, a assistência imediata é fundamental para evitar uma morte cardíaca. A parada cardíaca fetal requer intervenção rápida e eficaz para garantir o bem-estar da mãe e do bebê.
Discussão sobre a Assistência na Interrupção de Gravidez
Em uma entrevista recente, Gallo trouxe à tona a possibilidade de utilizar a indução do parto como uma alternativa à assistolia cardíaca em gestações com mais de 22 semanas. A assistolia, um procedimento médico utilizado em casos de aborto previstos em lei, como estupro, foi recentemente alvo de debate após uma decisão judicial suspender a proibição de sua prática por médicos.
Gallo enfatizou a importância de considerar métodos alternativos à assistolia, destacando que a indução do parto poderia ser uma solução mais humanitária. Ele ressaltou que a técnica de assistolia é prejudicial tanto para o feto quanto para a mulher, e que a indução do parto poderia proporcionar uma saída mais compassiva.
Em relação aos casos de estupro e gravidez tardia, Gallo apontou uma falha no sistema público de saúde, destacando a necessidade de um atendimento mais precoce e eficiente para mulheres vítimas desse tipo de violência. Ele enfatizou a importância de garantir uma assistência adequada a essas mulheres, evitando que sejam submetidas a procedimentos dolorosos e desumanos.
A decisão judicial que liberou a assistolia em determinados hospitais de São Paulo gerou controvérsias, com o ministro Moraes dando um prazo para comprovação do cumprimento da medida. Os administradores dos hospitais foram alertados sobre a responsabilidade pessoal em caso de descumprimento da decisão, evidenciando a seriedade do assunto.
É crucial considerar a viabilidade do feto em casos de interrupção de gravidez, levando em conta o momento gestacional e o peso do feto. O CFM destaca a importância de respeitar a legislação vigente e garantir o direito da gestante à interrupção da gravidez, ao mesmo tempo em que se assegura a vida do nascituro por meio de procedimentos adequados.
Diante desse cenário complexo, a discussão sobre a assistência na interrupção de gravidez continua em pauta, com a busca por métodos mais humanizados e éticos para lidar com situações delicadas como essa. É fundamental que o sistema de saúde pública esteja preparado para oferecer o suporte necessário a mulheres em vulnerabilidade, garantindo o respeito aos seus direitos e à sua dignidade.
Fonte: @ Agencia Brasil