ouça este conteúdo
Setores da sigla defendem flexibilização do marco fiscal aprovado em 2023, ideia apoiada por Haddad e ministra do Planejamento, nos últimos dias.
PT. Membros do PT com quem a CNN conversou recentemente estão defendendo uma mudança para a esquerda no governo, alegando que correm o risco real de derrota nas eleições de 2026. Uma preocupação em destaque no partido é a política econômica de Fernando Haddad, vista como restritiva e focada em um arrocho que está impedindo o crescimento eleitoral da legenda. Diante disso, alguns setores do PT estão propondo a flexibilização do marco fiscal aprovado pelo Congresso em 2023 como uma maneira de mudar a política econômica e a direção do governo.
Partido dos Trabalhadores. Essa medida seria uma forma de evitar avanços na ideia defendida por Haddad e pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, de congelar gastos com saúde e educação, algo que preocupa os integrantes do PT. A discussão sobre a guinada à esquerda no governo continua sendo um tema relevante dentro do Partido dos Trabalhadores, que busca estratégias para se fortalecer e garantir uma posição competitiva nas próximas eleições.
PT. em debate sobre política econômica restritiva
Uma ala relevante e influente do Partido dos Trabalhadores entende que o marco fiscal é uma ‘espada em cima do partido’, conforme mencionado por uma fonte em um blog. Defende-se que a rigidez fiscal está impedindo a implementação de políticas públicas que poderiam impulsionar a popularidade do governo e torná-lo mais competitivo nas eleições de 2024 e 2026. Um exemplo citado é a greve em curso há meses por servidores federais da educação e do meio ambiente, duas bases sociais históricas da sigla. A percepção é de que a regra fiscal está dificultando a resolução desse impasse. ‘É a política do arrocho’, relatou uma fonte. Para contrapor as ideias de Haddad, está sendo planejado um seminário com economistas críticos à atual política econômica. Além disso, há um sentimento entre os parlamentares de que a agenda econômica em andamento contrasta com a história do partido nessa área, como a progressividade na cobrança de impostos e a proposta de taxação de grandes fortunas.
PT. e as preocupações com o cenário político
Lideranças do Partido dos Trabalhadores estão apreensivas com o panorama político do governo Lula 3. Observam um movimento de realinhamento das forças políticas que apoiaram Lula em 2022 e que indicam não manter esse apoio em 2026. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é apontado como o favorito desse grupo. Recentemente, petistas registraram dois eventos envolvendo-o: um jantar promovido por Luciano Huck em São Paulo com empresários e o governador, e uma calorosa recepção a ele em um evento em Nova Iorque. A interpretação dentro do partido é que, se Lula não estiver em posição competitiva, Tarcísio se lançará como candidato à presidência em 2026. Há a percepção de que a oposição está em constante mobilização, com sua principal liderança, Jair Bolsonaro, viajando pelo país. Enquanto isso, Lula está descrito como ‘acantonado’ e ‘retraído’, segundo uma fonte de alto escalão do partido, evitando eventos públicos. Em São Paulo, principal colégio eleitoral do país, uma pesquisa Datafolha recente indicou que Tarcísio é mais bem avaliado que Lula. Além disso, a base aliada tem votado contra o governo, como na sessão do Congresso que rejeitou o veto de Lula à lei da saidinha, onde o União Brasil deu apenas um voto ao governo.
PT. e a necessidade de mudanças imediatas
O Partido dos Trabalhadores possui três ministérios relevantes: Desenvolvimento Regional, Comunicações e Turismo. Essa postura tem levado petistas a defenderem uma mudança imediata, não somente após as eleições. Em termos gerais, há a percepção de que a pauta à esquerda está estagnada e que o governo só avança em medidas com o apoio do centro e da direita. A resistência do governo em reativar a Comissão de Mortos e Desaparecidos, para não desagradar as Forças Armadas, é citada como exemplo. A defesa por uma reforma ministerial em curto prazo está crescendo no partido. Há rumores, por exemplo, sobre a possível transferência de Alexandre Padilha para a Saúde e a nomeação de Paulo Pimenta para outro cargo.
Fonte: @ CNN Brasil