Evento no Rio de Janeiro reúne gestores, pesquisadores e usuários do SUS para discutir a Estruturação do Observatório Nacional e a Política de Acesso à saúde, visando a Transformação do sistema.
Nesta quarta-feira (16), mais de 120 pessoas se reuniram para discutir a estruturação do Observatório de Saúde da População Negra, no Rio de Janeiro, com o objetivo de promover a Saúde e o bem-estar da comunidade.
Os participantes do encontro abordaram questões relacionadas ao Cuidado e à Assistência em saúde, destacando a importância de políticas públicas que atendam às necessidades específicas da população negra. Além disso, foi enfatizada a necessidade de uma abordagem integral para garantir o Bem-estar e a qualidade de vida dessa população. A saúde é um direito fundamental e é essencial que sejam tomadas medidas para garantir o acesso igualitário a serviços de saúde de qualidade.
Construção Coletiva para a Saúde
Durante um seminário promovido pelo Ministério da Saúde, a Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), gestores, pesquisadores, profissionais, movimentos sociais, sociedade civil e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) se reuniram para discutir a Saúde da população negra. A equidade, o acesso à informação e a visibilidade foram os principais temas abordados pelos grupos de trabalho (GTs) durante o primeiro dia do evento.
O chefe da Assessoria para Equidade Racial em Saúde do ministério, Luís Eduardo Batista, destacou a importância do debate: ‘Esse evento é um desafio para cada um de nós, com nossos diferenciais, perfis e formas de ver. Estamos juntos nesse processo de construção coletiva para a Saúde. O observatório é apenas uma etapa de uma estratégia mais ampla’.
Ao longo do dia, cinco GTs foram formados para discutir questões como o conceito de Saúde para a população negra, como deveria ser um observatório de Saúde da população negra e qual a principal contribuição que se espera de um observatório de Saúde da população negra. Também foram deliberadas possíveis contribuições da ferramenta para o Bem-estar e o Cuidado da população negra.
Para Diana Anunciação, coordenadora do Grupo de Trabalho Racismo e Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), a construção do observatório deve ser universal e garantir o acesso efetivo da população negra aos serviços e políticas já existentes. ‘A gente já sabe que a população negra está sempre nos piores índices. O que queremos é trazer essa visibilidade numa linguagem acessível, que esteja disponível para todos. A partir dos dados visibilizados, a expectativa é saber quais ações serão tomadas’, observou.
Estruturação do Observatório
No encerramento do primeiro dia do evento, todos os participantes realizaram uma plenária com as principais diretrizes discutidas entre os grupos. Houve um consenso sobre a necessidade de o observatório garantir o acesso efetivo da população negra aos serviços e políticas já existentes, promover uma escuta qualificada, servir como fonte para a construção de artigos e disponibilizar dados para o meio acadêmico. Além disso, o observatório foi classificado como uma transformação política, democratização da informação e um meio de divulgação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN).
Márcia Alves, coordenadora do Eixo 2 – Monitoramento e Avaliação da PNSIPN integrante da estratégia antirracista pelo Ministério da Saúde, ressaltou que o observatório é um instrumento de transformação: ‘Essa ferramenta é uma inovação e o disparador de uma potencialidade de comunicação que preveja o direito à Saúde. Estamos aqui para esclarecer que, com racismo, não há democracia, não há vida e não há pleno gozo à cidadania. O que discutimos poderá ser sistematizado institucionalmente’.
A Assistência e o Cuidado da população negra foram destacados como fundamentais para a construção do observatório, que deve ser uma ferramenta de transformação política e social. A Saúde é um direito fundamental e o observatório deve garantir o acesso efetivo da população negra aos serviços e políticas já existentes.
Fonte: @ Ministério da Saúde