Paciente sofre de dor associada a problemas mentais, diagnosticamente complexo, multidisciplinar: intrapsíquico conflito, físicos relacionados sintomas, física desordem origem, sentimento/emoção lidar, trauma, separação, luto, estresse episódio, termos mentais: CID apresenta >3 sintomas, diferentes sistemas, >2 anos.
Não é complicado encontrar pessoas que relatam há tempos sintomas que não aparecem em exames de imagem e enfrentam obstáculos para conseguirem um diagnóstico. Compreender a diferenciação dos sintomas físicos de somatização é um dos grandes desafios tanto para os profissionais da saúde quanto para as pessoas em busca de respostas.
A somatização muitas vezes está ligada à psicossomática, que se refere à influência dos fatores emocionais no surgimento de sintomas físicos. Essa ligação entre mente e corpo pode resultar em uma desordem psicofísica complexa, demandando abordagens terapêuticas integradas para o tratamento adequado.
Somatização: uma manifestação da desordem psicofísica
A resposta para esse intrincado mistério é a somatização, que é uma condição psicossomática que se manifesta como uma desordem física no corpo, originada ou agravada pelas emoções do paciente. A somatização pode surgir após um trauma, separação, luto, episódio de estresse, entre outras causas. Geralmente, explicam os especialistas, aqueles que somatizam percebem apenas os sintomas físicos e não os relacionam a algum transtorno mental.
A complexidade da desordem psicofísica e o conflito intrapsíquico
Costumo explicar que a somatização é um termo guarda-chuva que se refere a um conjunto de sintomas físicos relacionados a algum conflito intrapsíquico, mental ou estresse vivenciado por uma pessoa que tem dificuldade de falar sobre ou lidar com seus sentimentos e emoções. O psiquiatra Luiz Gustavo Vala Zoldan, coordenador médico de saúde mental do Hospital Israelita Albert Einstein, ressalta que esse conflito interno acaba se expressando em sintomas físicos.
A variedade dos sintomas físicos relacionados à somatização
Segundo Zoldan, os sintomas físicos relacionados à somatização podem incluir dores pelo corpo, como articulares, musculares, de cabeça e abdominais, podendo até parecer uma gastrite, mas não se limitando a isso. Além disso, a somatização pode ainda causar taquicardias, dormências, formigamentos em partes do corpo, distúrbios na fala, alterações na marcha ou até mesmo um tipo de paralisação de algum membro inferior ou superior.
A abordagem médica diante da somatização
De acordo com a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), para ser considerado um somatizador, o paciente deve apresentar mais de três sintomas, de sistemas orgânicos diferentes, por mais de dois anos. Esses sintomas podem estar relacionados a traumas, separações, lutos ou episódios de estresse. É fundamental que os profissionais de saúde estejam preparados para identificar e lidar com casos de somatização.
A realidade dos sintomas somáticos
O psiquiatra ressalta que é importante esclarecer que os sintomas, dores e sensações associados à somatização são reais, não inventados. Na somatização, não há nenhum ganho secundário, sendo uma resposta do corpo a situações dolorosas ou estressantes. Os sintomas podem englobar desde dores de cabeça até lapsos de memória, distúrbios na fala e alterações no ciclo menstrual, sendo todos reais e mensuráveis.
Apenas aqueles que passaram ou estão passando por um processo de somatização podem vivenciar a complexidade dessa desordem psicofísica, que requer compreensão e tratamento adequados para promover o bem-estar emocional e físico.
Fonte: © CNN Brasil