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Missão histórica: Chang’e-6 recolheu material com broca e braço robótico em cratera lunar de impacto de 4 bilhões de anos.
O módulo lunar Chang’e-6 da China regressou à Terra nesta terça-feira (25), completando com sucesso a sua missão histórica de recolher as primeiras amostras do outro lado da Lua, num grande passo em frente para o ambicioso programa espacial do país. A nave pousou em uma zona designada na região norte da Mongólia, no norte da China, pouco depois das 14h (horário local), de acordo com a emissora estatal CCTV.
Uma transmissão ao vivo transmitida pela CCTV mostrou o módulo pousando de paraquedas e recebendo aplausos na sala de controle. ‘A missão de exploração lunar Chang’e-6 foi um sucesso total’, disse Zhang Kejian, chefe da Administração Espacial Nacional da China (CNSA), na sala de controle. Uma equipe de busca localizou o módulo minutos após seu pouso, segundo a CCTV, revelando um feito extraordinário no estudo do lado oculto da Lua.
Missão histórica para recolher tesouro do lado oculto da Lua
A transmissão ao vivo revelou um técnico inspecionando o módulo lunar, localizado em uma área verde próxima a uma bandeira chinesa. A China atingiu um grande marco em sua jornada espacial, alinhado com os objetivos ambiciosos do país de se tornar uma potência no espaço. Este feito ocorre em um momento em que várias nações, incluindo os EUA, estão intensificando seus próprios programas de exploração lunar.
Pequim tem planos de enviar astronautas à Lua até 2030 e estabelecer uma base de pesquisa no polo sul lunar, uma região que se acredita conter água gelada. Esta região é de grande interesse, pois tanto a China quanto os EUA têm planos para estabelecer presença lá.
A sonda Chang’e-6 foi responsável por coletar até 2 quilogramas de poeira lunar e rochas do lado oculto da Lua. Essas amostras serão analisadas por cientistas chineses antes de serem disponibilizadas para a comunidade científica internacional. A análise dessas amostras pode fornecer insights valiosos sobre a evolução da Lua, da Terra e do sistema solar.
A coleta das amostras foi realizada com o uso de uma broca e um braço robótico em uma região dentro da bacia do Polo Sul-Aitken, uma cratera de impacto com cerca de 4 bilhões de anos de idade. Esta área, localizada no lado oculto da Lua, nunca é visível da Terra.
O sucesso da missão Chang’e-6, considerada a mais complexa da China até o momento, tem sido acompanhado com grande interesse desde o seu lançamento em 3 de maio. Imagens do módulo lunar exibindo a bandeira chinesa e aparentemente perfurando o caractere ‘zhong’ na superfície lunar se tornaram virais nas redes sociais chinesas.
A volta do módulo lunar nesta terça-feira foi marcada por um acontecimento separado, onde destroços de um foguete chinês foram avistados caindo no sudoeste da China. Este incidente gerou preocupação entre os moradores locais e foi amplamente divulgado nas redes sociais.
O lado oculto da Lua sempre foi um mistério fascinante para os cientistas, desde que foi observado pela primeira vez em imagens granuladas em preto e branco capturadas pela sonda Luna 3 da União Soviética em 1959. A ausência dos mares lunares e a paisagem distinta desse lado da Lua despertaram a curiosidade dos pesquisadores ao longo dos anos.
Fonte: © CNN Brasil