Estudo da Fundação do Câncer: redução de fumantes, mas dependência faz vítimas; gasto anual de R$ 9 bilhões; tecnologia sanitária e intervenção científica combatem doença-pública e óbitos-públicos, problemas sociais.
O tabagismo é um problema de saúde pública que preocupa as autoridades em todo o mundo. No Brasil, apesar da redução do tabagismo nos últimos anos, ainda há desafios a serem enfrentados para combater essa dependência que traz sérias consequências para a saúde.
O consumo de tabaco e a exposição à nicotina estão diretamente relacionados ao aumento do risco de desenvolver diversas doenças, incluindo o câncer de pulmão. É fundamental conscientizar a população sobre os malefícios de fumar e promover políticas públicas eficazes para reduzir a prevalência do tabagismo no país.
Tecnologia-sanitária e o combate ao tabagismo
Um estudo recente divulgado pela Fundação do Câncer destaca a alarmante estatística de que o tabagismo é responsável por 80% das mortes relacionadas a tumores pulmonares no país. Essa realidade sombria é confirmada pelas projeções do Instituto Nacional de Câncer (Inca), que prevê o diagnóstico de 18 mil novos casos em homens e 14 mil em mulheres este ano. A prevalência do tabagismo na população adulta, estimada em 12%, evidencia a gravidade do problema de saúde pública representado pelo consumo de tabaco.
Problemas-sociais e a prevalência do tabagismo
O estudo revelou que o hábito de fumar tem impactos desproporcionais entre os sexos, com 85% das mortes por tumores pulmonares ocorrendo em homens devido ao tabagismo. Além disso, a pesquisa apontou que a maioria dos casos diagnosticados em estágios avançados afeta tanto homens (63,1%) quanto mulheres (63,9%) em todo o país. Essa situação é agravada pelo fato de que muitos fumantes pertencem a grupos sociais menos favorecidos e possuem baixa escolaridade.
Óbitos-públicos e a importância da intervenção-científica
O médico epidemiologista Alfredo Scaff enfatiza a necessidade de intervenções baseadas em evidências científicas para combater o tabagismo e prevenir o câncer de pulmão. Ele ressalta a importância de evitar a introdução de novas formas de tabagismo na sociedade e de promover o diagnóstico precoce da doença. Scaff destaca que o Brasil foi pioneiro no combate ao tabagismo nas décadas de 1990 e defende a continuidade das políticas públicas para conscientizar a população sobre os danos do tabaco.
Doença-pública e os desafios atuais do tabagismo
Apesar dos avanços no controle do tabagismo, a preocupação atual recai sobre os cigarros eletrônicos, que têm atraído principalmente os jovens. Mesmo com a proibição da venda desses produtos no Brasil, eles continuam representando uma ameaça à saúde pública, segundo a Anvisa. Scaff alerta que os cigarros eletrônicos são uma porta de entrada séria para o tabagismo entre os jovens, devido à percepção errônea de que são inofensivos. Esses dispositivos modernos, embora pareçam atrativos, podem levar à dependência de nicotina e causar danos à saúde a longo prazo.
Intervenção-científica e impactos econômicos do tabagismo
Além dos custos para o sistema de saúde, o câncer de pulmão também acarreta consequências econômicas significativas. Durante a reunião anual do GRELL, na Suíça, foram apresentados dados sobre os gastos com tratamento, cuidados aos pacientes e perda de produtividade associados à doença. Essas informações ressaltam a urgência de medidas eficazes de prevenção e controle do tabagismo para reduzir não apenas os impactos na saúde pública, mas também os custos econômicos relacionados ao câncer de pulmão.
Fonte: @ Veja Abril