Cientistas da Califórnia criam kit com onda de ultrassom não invasiva que pode cortar estrutura de proteína de DNA, evitando reparação de células tumorais imunes modificadas, como células T CAR, que reconhecem anormalidades específicas.
Um grupo de engenheiros biomédicos da Universidade do Sul da Califórnia (USC) nos Estados Unidos está trabalhando com uma terapia genética que pode alterar o DNA e combater a disseminação de células de câncer.
Com base no sistema CRISPR, a equipe liderada pela professora da USC, Dr. Jennifer Doudna, descobriu como enviar mensagens genéticas para dentro de células de câncer para inibir a multiplicação de células cancerígenas. O objetivo dessa pesquisa é combater o câncer sem ser necessário o uso de quimioterapia, que pode causar efeitos colaterais graves nos pacientes. Com o avanço da tecnologia, a equipe acredita que será possível inibir a multiplicação de células de câncer e potencialmente curar pacientes que estão sofrendo com esta doença.
Câncer: Novas Perspectivas com a Técnica de Edição de Genoma CRISPR
A equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia, liderada por Peter Yingxiao Wang, desenvolveu uma técnica inovadora que combina a ferramenta CRISPR com onda de ultrassom não invasiva para combater o câncer. Com essa abordagem, os cientistas conseguiram controlar diretamente as células T CAR em células tumorais sem prejudicar aquelas consideradas saudáveis.
A equipe utilizou o calor das ondas de ultrassom para ativar o CRISPR, que corta e modifica sequências de DNA para corrigir anormalidades. O objetivo é evitar a reparação das células tumorais, impedindo o avanço da doença. A pesquisa foi realizada em camundongos e mostrou resultados surpreendentemente bons, com o tumor diminuindo o crescimento e, em alguns casos, desaparecendo completamente.
A equipe de Wang vem estudando há anos imunoterapias contra o câncer a partir de células T do Receptor de Antígeno Quimérico (CAR) projetadas. No entanto, até então, o CRISPR fazia a edição genética de forma contínua, prejudicando os demais tecidos. Com a técnica mais recente, os cientistas conseguiram focar o CRISPR para atingir o telômero, estrutura de proteína de DNA que limita a quantidade de vezes que uma célula pode se dividir.
O uso da onda de ultrassom não invasiva controlada remotamente permite que os cientistas controlam o CRISPR em um local específico e em um momento específico. Isso é um avanço significativo em relação à técnica anterior, que exigia a edição contínua do genoma. A técnica também pode ser usada para detectar câncer em apenas 15 minutos, o que é uma melhoria significativa em relação às técnicas de diagnóstico convencionais.
A equipe de Wang está otimista em relação aos resultados e acredita que a técnica pode ser aplicada em humanos em um futuro próximo. ‘Esses são resultados muito encorajadores’, disse Wang. ‘Agora, podemos controlar o genoma para ser ativado em um local específico e em um momento específico usando onda de ultrassom não invasiva controlada remotamente. Esse é o avanço.’
Fonte: @Olhar Digital