Oportunidade para investidores novos, com compras a taxas históricas, garantindo maior retorno. Não tão vantajosa para quem já investiu, com taxas prefixadas, básicas e renda derivada em períodos de conversão.
O Tesouro RendA+, uma opção de investimento criada para complementar a aposentadoria de forma simples e acessível, enfrentou um desafio no seu segundo ano. O resultado foi um desempenho negativo, com perdas de 45% entre janeiro e dezembro de 2024. O impacto foi significativo, demonstrando a importância de uma gestão atenta e diversificada para minimizar riscos.
As expectativas dos investidores não foram atendidas, e o Tesouro RendA+ não conseguiu superar a barreira do desempenho positivo. O papel de mais curto prazo, com vencimento em 2049, acumulou mais de 11% de prejuízo no ano passado, um resultado que pode afetar a renda dos investidores. O tesouro é uma opção de investimento que pode oferecer estabilidade e segurança, mas também pode envolver riscos, como qualquer outro investimento. É importante lembrar que a diversificação é fundamental para minimizar perdas e maximizar renda nos longos prazos.
O Tesouro Direto é um Prato Cheio para os Investidores, Mas Também Requer Cuidado
O título que acumulou mais Tesouros é o de mais longo prazo, com data de conversão em 2084, registrando uma perda de 45% do valor. O título tem dois períodos importantes: o de acumulação e o de conversão. Na primeira fase, que pode durar de cinco a 40 anos, dependendo da data de vencimento do ativo, o investidor deposita dinheiro periodicamente para criar uma reserva. Esse montante é remunerado pela variação da inflação, mais uma taxa prefixada, que está nas alturas. Depois de 20 anos, o investidor receberá uma renda derivada dessa reserva, também corrigida pela inflação, na fase de distribuição. Com um juro real de quase 8% e vencimentos longos, a classe pode atrair os mais ávidos pela renda fixa em 2025.
‘Os especuladores’ da renda fixa, como explica o professor de finanças da FGV, Pierre Oberson, podem comprar títulos públicos e privados antecipadamente, pensando em vendê-los antes do prazo. Nessa estratégia, eles tentam usar a marcação a mercado a seu favor, mas essa dinâmica não deve ser adotada, por mais que as taxas sejam cada vez mais atraentes em 2025. ‘Não é esse o objetivo do papel’, enfatiza o especialista. A marcação a mercado é o processo diário de ajuste do valor dos investimentos, de acordo com as condições de mercado em tempo real, com a conjuntura econômica e com a expectativa dos agentes. Neste comecinho de ano, o papel mantém o ritmo da maior parte do ano passado.
Até o fechamento de terça-feira (21), em 2025, os papéis com prazo de conversão em 2049 registraram perdas de 5,19%. Já aqueles para 2084, mostram uma perda de 17,12%. A expectativa para os próximos meses é de mais emoções. Assim como o papel do Tesouro IPCA+, atrelado ao índice de inflação oficial do Brasil, pode estar por vir mais disparadas nas taxas do Tesouro RendA+, derrubando os preços. No curto prazo, o cenário de deterioração fiscal e aumento da taxa básica podem ser desafios, mas também de oportunidades. Nos Estados Unidos, a trajetória dos juros americanos também será importante para quem pretende comprar o papel.
Caso se confirmem os prognósticos de menos quedas na taxa básica por lá, haverá motivo além dos riscos locais para a Selic no Brasil se manter mais alta. E, além disso, as projeções de inflação por aqui podem ser adicionalmente turbinadas por pressões cambiais. Por aqui, a maior pressão nas projeções de juros e inflação deve ser de natureza fiscal. E quando essas expectativas sobem, o Tesouro Direto passa a emitir títulos com retornos maiores. E quem já tinha o investimento na carteira vê esses ativos desvalorizarem, justamente, na ‘marcação a mercado’ explicada mais acima.
Por isso, apesar de compor a renda fixa, o cenário de incertezas pede que o investidor seja estratégico também na hora de investir no Tesouro Direto em 2025. No Tesouro Direto, é bom lembrar, taxas e preços flutuam na contramão. Ou seja, se o valor de face dos títulos afundou, significa que o RendA+ modalidade ofereceu taxas maiores em 2024. Essa é uma boa oportunidade, portanto, para novos investidores.
Fonte: @ Valor Invest Globo