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Nesta segunda, o Boletim Focus do BC indicou aumento nas expectativas de inflação e juros, com títulos prefixados oferecendo retornos atrativos.
O movimento dos juros do Tesouro Direto nesta segunda-feira (3) é de alta, como se encerrou a sessão na última sexta. Hoje, o destaque é para o título prefixado com vencimento em 2031, que se aproxima dos 12%, pagando 11,94% por volta das 11h. Dentro da mesma modalidade, mas com vencimento mais curto, em 2027, o papel oferecia retorno de 11,19%, pouco acima dos 11,18% pagos na última sessão.
Os investidores que buscam rentabilidade no Tesouro Direto devem ficar atentos às variações das taxas oferecidas nos títulos públicos. É importante analisar o cenário econômico para tomar decisões assertivas e aproveitar as oportunidades do mercado financeiro. Diversificar os investimentos em diferentes prazos e modalidades do Tesouro Direto pode ser uma estratégia interessante para garantir um bom desempenho da carteira de investimentos.
Tesouro Direto: Oportunidades de Investimento em Títulos Públicos
No mesmo horário, dentre os atrelados à inflação, o título que mais oferecia retorno para o investidor era o com vencimento em 2029, o mais curto dos disponíveis. Isto porque, após mais um Boletim Focus, do Banco Central (BC), apontar alta na inflação, é natural que os juros ligados ao IPCA se movimentem no mesmo sentido.
Nesta segunda o relatório apontou que a expectativa para a inflação deste ano saiu de 3,86% para 3,88%, em movimento parecido ao das últimas semanas. O mesmo aconteceu para as projeções de 2025 e 2026. Já para a Selic deste ano, a mediana das expectativas voltou a subir após ficar no mesmo patamar na semana passada. A projeção saiu de 10,0% para 10,25% no fim de 2024.
No Termômetro do Copom do Valor Investe, a maior parte dos negociantes acredita que a Selic será mantida em 10,50% na próxima reunião. Ou seja, se o BC mantiver esse comportamento até o final do ano, o fim do ciclo de cortes aconteceria 0,25 ponto percentual acima do projetado no Focus.
Entre os analistas, a avaliação é de que o mercado de títulos públicos vive um bom momento para novos investidores, uma vez que as taxas têm se mantido em patamares atrativos por mais tempo — e deve permanecer enquanto algumas dúvidas fiscais e monetárias pairam no horizonte.
Os títulos indexados ao IPCA, além de pagarem mais de 6% (o que já é bem visto pelos analistas), ainda cumprem a função de proteger a carteira da inflação. Já os prefixados, pagando quase 2 pontos percentuais a mais do que se projeta para a Selic no período, também são bem-vindos aos olhos dos especialistas, só que com um pouco mais de cautela no que diz respeito ao volume.
Vale lembrar que as taxas e preços dos títulos são inversamente proporcionais. O que significa dizer que, tanto nos papéis prefixados quanto naqueles indexados ao IPCA, quanto maior a taxa, menor o preço e vice versa. Quando as taxas sobem, portanto, apesar de ser uma boa notícia para quem vai investir — já que assegura rentabilidade maior se mantiver a aplicação até o vencimento, o valor de mercado dos papéis diminui, o que implica em perda temporária para quem possui os títulos na carteira.
Fonte: @ Valor Invest Globo