Campos Elíseos também sofreu com desabastecimento de água e falta de energia devido a uma interrupção na distribuição subterrânea.
Após o apagão registrado na região central de São Paulo, moradores voltaram a enfrentar problemas com a falta de energia elétrica, mesmo após a retomada do serviço. Dessa vez, a área afetada é ainda maior, incluindo bairros como Higienópolis, Santa Cecília, Consolação, Vila Buarque e Cerqueira Cesar, além do bairro de Campos Elíseos, conforme informado pela Enel. A situação tem trazido transtornos para os moradores que já estavam com a rotina comprometida.
Com a recorrência das quedas de energia, a população da região central de São Paulo se vê impactada mais uma vez por problemas no fornecimento de eletricidade. A Enel está monitorando a situação e trabalhando para solucionar rapidamente o apagão que tem causado desconforto e prejuízos aos moradores. A instabilidade no serviço de fornecimento de energia gera preocupação e requer a atenção das autoridades responsáveis.
Concessionária relata que 15 mil endereços continuam no escuro
Segundo a concessionária, até o momento, 15 mil endereços continuam sem energia elétrica. O fornecimento foi restabelecido para 60% dos 38 mil clientes afetados desde segunda-feira (18), quando a interrupção começou. A Enel afirmou que houve uma nova ocorrência em um dos circuitos da rede de distribuição subterrânea que atende os bairros citados e, por isso, fez um desligamento preventivo.
Ainda durante a manhã, quando completaram 48 horas do apagão, diversos endereços continuavam sem energia elétrica e começaram a sofrer com desabastecimento de água. A FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), que fica na rua General Jardim, na Vila Buarque, afirmou que desde segunda teve de remanejar as aulas presenciais para o online, além de fechar todo o atendimento aos estudantes, como secretaria, biblioteca e laboratório de informática. ‘Hoje cedo voltou em partes [a energia], mas oscila, ainda não conseguimos ligar parte dos aparelhos da instituição.
Em resumo, hoje é o terceiro dia seguido que não conseguimos ter aulas presenciais. Vamos ter que passar o noturno para online hoje de novo, pelo terceiro dia seguido. Não dá pra confiar’, afirmou a instituição. Bruno Eliezer, que mora e tem uma livraria na rua Aureliano Coutinho, também na Vila Buarque, disse que o prédio onde vive continua sem energia. ‘A luz que tinha acabou de novo. Estamos sem água. Está bem difícil, e só cheiro de diesel queimado. Tem cinco geradores na rua’, afirmou.
Moradores sentem os impactos do apagão contínuo em suas rotinas
O profissional de marketing e comunicação Fernando Busian, que também mora na Aureliano Coutinho, disse que continua sem energia em seu apartamento pelo terceiro dia seguido. ‘Trabalho em casa e estou sem energia há três dias. Na segunda, deram vários prazos que não foram cumpridos. Ontem, depois das 9h, pararam de dar previsão’, contou Busian. Para piorar, agora começou a faltar água no prédio onde mora. ‘Ontem acabou a água também. A gente estava descendo para pegar balde, mas agora nem isso. Vou para a casa de um amigo. Moro há oito anos aqui e nunca faltou luz, local com infraestrutura boa. Eu sabia que o serviço da Enel era ruim, mas viver isso é assustador’, afirmou.
Carolina Dantas, 33, que mora na rua Major Sertório, na Vila Buarque, reclama da situação. Ela já estava com a eletricidade normalizada em seu apartamento desde a terça de manhã, mas passou a ter intermitência nesta quarta. ‘Eu trabalho de casa e estou vendo que o problema não está resolvido. Se está indo e voltando significa que não arrumaram de fato. A gente não consegue se organizar. Não sei se preciso ir para um hotel para poder trabalhar. Não sei se vai ficar sem energia 1 hora ou um dia’, apontou.
Falta de energia afeta prédio onde moram pessoas idosas na Vila Buarque
Na rua Canuto do Val, em um prédio onde moram pessoas idosas, a falta de energia traz ainda mais desafios. O prédio está sem eletricidade desde segunda e, em consequência, as bombas não funcionam para mandar água para a caixa. ‘Aqui está um caos. É o tempo todo o pessoal descendo e subindo as escadas com balde. Tem uma senhora de quase 90 anos, que teve fratura no fêmur recentemente, e tendo que passar por isso’, disse o zelador José Aparecido de Oliveira, 64. Ele trabalha e mora no prédio há 24 anos e disse que nunca passou por situação parecida. ‘Nunca vi nada parecido com isso aqui. Já aconteceu de cair a força, mas voltava rapidinho. Não é só a gente, a região toda está assim. Estamos jogados, abandonados’, afirmou.
A Enel afirmou na noite desta terça que normalizou o fornecimento de energia para todos os clientes que tiveram o serviço afetado na segunda-feira, em razão de danos ‘provocados por terceiros’ na sua rede subterrânea. ‘Mas, durante o trabalho, identificaram um indicativo de nova falha, optando por desligar preventivamente um dos circuitos para realizar nova intervenção. Como a rede subterrânea permite uma maior flexibilidade de manobras de cargas, a companhia restabeleceu 60% desses clientes às 14h e segue trabalhando para normalizar o restante’, afirmou. A companhia deslocou mais geradores para a região. A Sabesp respondeu que não há desabastecimento na região e que, devido à falta de energia, alguns prédios não conseguem bombear a água para a caixa d’água.
Fonte: © Notícias ao Minuto