O banco estima um valuation entre R$ 2,2 bilhões e R$ 3,8 bilhões para o ativo, considerando indicadores da Totvs e Linx, valor de mercado e soluções de varejo, abaixo dos R$ 6,7 bilhões pagos pela Stone em 2020, valor justo para oportunidades de vendas.
A Stone está avançando em sua estratégia de aquisição de ativos, após ter pago R$ 6,7 bilhões pela Linx em 2020. A empresa de pagamentos brasileira contratou o Morgan Stanley e o J.P. Morgan para buscar um comprador para a Linx, especializada em softwares de gestão para o varejo.
A aquisição da Linx foi um passo importante para a Stone, mas agora a empresa busca uma nova etapa em sua estratégia de crescimento. A busca por um comprador para a Linx pode ser vista como uma oportunidade para a Stone se concentrar em suas atividades principais, enquanto a Linx pode ser incorporada por outra empresa que possa aproveitar melhor suas capacidades. A compra da Linx pela Stone em 2020 foi um movimento estratégico para expandir sua presença no mercado de pagamentos, mas agora a empresa busca uma nova direção.
Aquisição da Linx: Análise do Itaú BBA
Com o ativo da Linx disponível para compra, os rumores têm apontado para uma possível aquisição pela Totvs, empresa brasileira que disputou e perdeu a disputa pela Linx há quatro anos. O Itaú BBA tem sido testemunha das especulações em torno de uma possível investida da Totvs nas últimas semanas e, diante desse burburinho crescente, divulgou um extenso relatório analisando os efeitos de uma eventual aquisição da Linx pela empresa.
Acreditamos que a Totvs é a principal compradora potencial do ativo, pois a aquisição fortaleceria o seu portfólio de soluções de varejo, escreveram os analistas Thiago Kaupulskis e Maria Clara Infantozzi. No entanto, a dupla ressalta que a Totvs fez a ressalva sobre o valuation do ativo e que a Linx tem mostrado tendências de crescimento ‘decepcionantes’ dentro da Stone, já que desbloquear as oportunidades de vendas cruzadas provou ser mais desafiador do que o esperado.
Para estimar o valuation atual do ativo e o tamanho desse ‘desconto’, o banco parte de uma análise sobre o valor de mercado da Totvs em relação a 38 empresas de software listadas nos Estados Unidos, dado que a base de comparação de empresas do setor com capital aberto no Brasil é limitada. O banco conclui que a Totvs está sendo negociada com um desconto de 44% em relação ao seu múltiplo justo, de 26 vezes seu EV/Ebit para 2025 em comparação com a média das companhias incluídas nessa amostra.
Cenários de Aquisição
A partir dessa análise e de indicadores da Linx, o banco traça dois possíveis cenários numa aquisição. No primeiro deles, o banco sugere um valuation de R$ 3,8 bilhões. Já numa segunda perspectiva, os analistas indicam que a Linx deve ser avaliada em cerca de R$ 2 bilhões, levando-se em conta o desconto de 44% da Totvs em relação aos seus pares de tecnologia nos Estados Unidos.
Acreditamos que a Linx deve ser avaliada entre R$ 2,2 bilhões e R$ 3,8 bilhões para que um possível acordo com a Totvs se concretize, afirmam os analistas, pontuando que as margens da Linx são significativamente mais fracas do que as da Totvs. Além disso, a presença da Linx no varejo, em particular, em farmácias, postos de gasolina e no setor de moda, seria um encaixe perfeito para a Totvs no varejo, mais focada em revendedores, supermercados e eletrônicos.
Existem oportunidades significativas de vendas cruzadas, visto que a Totvs pode usar sua rede robusta de distribuição para comercializar as soluções da Linx. Além disso, a expertise da Linx pode expandir o alcance das soluções mais amplas de ERP e produtividade da Totvs, observa o banco. No entanto, os analistas fazem a ressalva que notícias recentes dão conta da possibilidade da venda parcial da operação da Linx, o que poderia limitar o potencial de valorização das sinergias em uma aquisição pela Totvs.
Fonte: @ NEO FEED