Vítima desaparecida desde 2015 foi localizada em cativeiro após denúncias na rede social. Ela sofreu abuso sexual e violências físicas, incluindo uso de armas de fogo e munições falsas, em área de difícil acesso, perto de uma escola pública, e foi levada à delegacia regional.
Uma jovem de 25 anos, que foi submetida a um regime de abuso e cárcere privado pelo próprio tio por quase uma década, foi finalmente libertada após uma operação bem-sucedida da Polícia Civil do Espírito Santo, na sexta-feira (20), na cidade de Jucuruçu, no extremo sul da Bahia. Ela estava desaparecida desde 2015 e relatou ter sofrido inúmeras formas de abuso durante o período em que estava presa.
A vítima contou que, além de ser mantida em cárcere privado, também foi submetida a agressão física e psicológica, o que a levou a um estado de profundo trauma. A Polícia Civil do Espírito Santo investiga o caso e busca responsabilizar o tio pela exploração e maus-tratos sofridos pela jovem. A libertação da vítima é um passo importante na luta contra a violência e o abuso em todas as suas formas.
Abuso e Cativeiro: Uma História de Sofrimento e Resistência
Uma vítima de abuso foi encontrada em um local isolado e de difícil acesso, onde foi mantida em cativeiro por quase 10 anos. Ela conseguiu entrar em contato com a família através de uma rede social e pedir socorro. A Polícia Civil e o Ministério Público do Espírito Santo informaram que o suspeito, de 43 anos, havia dado um celular à mulher há oito meses, que ela usou para solicitar o resgate.
A vítima relatou que o abuso começou em 2014, quando o tio cometeu o primeiro abuso sexual contra ela ao descobrir que mantinha ‘paqueras’ na escola pública. Aos 15 anos, ela foi sequestrada em Rio Bananal, no norte do Espírito Santo, e levada para Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia. Ela conseguiu deixar uma carta para a família, mas foi mantida trancada em casa pelo suspeito, que a vigiava constantemente e não permitia que ela fosse à escola.
O suspeito também monitorava conversas ocasionais dela com outras pessoas e não permitia que ela viajasse de ônibus. Ele a levou para outras cidades, como Vitória, no Espírito Santo, e Jucuruçu, onde chegou com 18 anos. A mulher engravidou do tio devido aos abusos sexuais, mas o bebê morreu 21 dias após o nascimento.
A vítima ainda alegou que era obrigada a trabalhar na roça e o tio lhe dava R$ 100, sem contar que era constantemente agredida fisicamente. Ela nunca tinha tido um aparelho telefônico até o homem decidir dar um a ela há oito meses.
Resgate e Buscas pelo Suspeito
Além de libertar a vítima, a polícia apreendeu no cativeiro três armas de fogo de fabricação caseira, incluindo uma calibre 12 e um revólver calibre 38, munições e documentos falsos. As armas não possuem autorização legal. O suspeito conseguiu fugir para a mata ao notar a chegada dos agentes, mesmo com o local cercado pelas equipes.
As buscas pelo tio continuam. ‘O criminoso conhecia muito bem a área e, apesar de ser perseguido pelos policiais por um longo período, conseguiu evadir. Continuamos as buscas para capturá-lo’, disse Fabrício Lucindo, delegado da 16ª Delegacia Regional de Linhares, no Espírito Santo. A polícia pede que qualquer informação sobre o paradeiro dele seja comunicada pelo Disque Denúncia 181, com garantia de sigilo.
O caso é um exemplo de como o abuso e a violência podem levar a situações de cativeiro e exploração. A vítima sofreu agressão física e psicológica, além de ser mantida em isolamento por quase 10 anos. O caso também destaca a importância da rede social e da tecnologia em ajudar a vítimas de abuso a pedir socorro e a serem resgatadas.
Fonte: @ Hugo Gloss