Comitê de avaliação da EMA monitorou efeitos colaterais de Wegovy e Ozempic, atualizando riscos de farmacovigilância com base em evidências disponíveis.
O órgão regulador europeu concluiu que não há indícios de que uma categoria de medicamentos para perda de peso e diabetes, como o Wegovy fabricado pela Novo Nordisk, esteja associada a pensamentos suicidas.
Algumas pessoas buscam remédios para emagrecer ou fármacos para perder peso como uma opção complementar a hábitos saudáveis, visando melhorar a saúde e o bem-estar. É importante sempre consultar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer tipo de tratatmento, inclusive aqueles voltados para a perda de peso.
Investigação do Comitê de Avaliação sobre Medicamentos para Perda de Peso
Na última sexta-feira, após um extenso período de nove meses de investigação, o Comitê de Avaliação de Riscos de Farmacovigilância da renomada Agência Europeia de Medicamentos (EMA) divulgou suas conclusões. Ao revisar as evidências disponíveis, o comitê afirmou que, no momento, não há necessidade de atualizações nas informações sobre os medicamentos para perda de peso que estão sob sua análise.
Durante esse processo, o foco da EMA foi a classe de fármacos para perda de peso e diabetes conhecidos como agonistas do receptor GLP-1. A decisão de estender a revisão, tomada em dezembro, foi motivada pela busca de mais informações dos fabricantes, visando aprofundar a compreensão sobre possíveis problemas relacionados a esses medicamentos.
A investigação teve início em julho, após relatos do regulador de saúde da Islândia sobre três casos de pacientes que apresentaram pensamentos suicidas ou autolesão após o uso de medicamentos da Novo. Foi um momento de alerta que direcionou o olhar para medicamentos contendo semaglutida ou liraglutida, substâncias voltadas para o GLP-1.
A liraglutida é o princípio ativo do conhecido tratamento para perda de peso Saxenda, da Novo, enquanto a semaglutida está presente no Wegovy e no bem-sucedido tratamento para diabetes Ozempic. Durante a revisão, a EMA também analisou aproximadamente 170 outros relatórios de casos relatando reações adversas suspeitas, registrados no banco de dados EudraVigilance da União Europeia.
Vale ressaltar que, em janeiro, a revisão preliminar realizada pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos não encontrou qualquer ligação entre os agonistas do receptor GLP-1 e pensamentos ou ações suicidas. Esses medicamentos foram concebidos inicialmente para auxiliar no controle do açúcar no sangue em pacientes com diabetes, como é o caso do Ozempic, da Novo Nordisk, e do Mounjaro, desenvolvido pela Eli Lilly.
Além de seus benefícios no controle do diabetes, esses fármacos também têm demonstrado capacidade de retardar a digestão e reduzir o apetite, o que os torna promissores no campo da perda de peso. A constante atualização das informações e a vigilância contínua sobre os riscos envolvidos no uso desses medicamentos são fundamentais para garantir a segurança e eficácia no tratamento de pacientes em busca de uma opção para perda de peso saudável.
Fonte: © CNN Brasil