Micro-organismos de microbiota intestinal, como bactérias benéficas e micróbios patogênicos, afetam equilíbrio e harmonia do ecossistema intestinal. Positiva saúde mental: indícios de proteção contra ansiedade, depressão, transtornos cognitivos e brechas na integração intestinal. Benefícios: melhora imunidade, circulação, inflamatórios, cérebro, neurônios e sistema nervoso central. Funciona via sinais nervosos, liberando anti-inflamatórias e neurotransmissores, incluindo serotonina.
Os alimentos fermentados têm um papel fundamental na saúde mental, graças à sua capacidade de influenciar positivamente a microbiota intestinal. A conexão entre o intestino e o cérebro tem sido objeto de estudo por pesquisadores em diversas partes do mundo, e os resultados têm sido promissores. Consumir regularmente alimentos fermentados pode contribuir para o equilíbrio da microbiota e, consequentemente, para a melhoria da saúde mental.
Além disso, os alimentos fermentados são ricos em bactérias probióticas, como o kefir e o kombucha, que ajudam a fortalecer o sistema imunológico. O chucrute alemão e o kimchi são exemplos de alimentos fermentados que trazem benefícios para a saúde digestiva. Experimentar diferentes opções, como o vinagre, o missô e o pão de fermentação natural, pode ser uma forma deliciosa de cuidar da saúde mental e do bem-estar geral.
Alimentos fermentados e microbiota: aliados da saúde mental
Agora, um estudo realizado por centros de pesquisa na Irlanda e publicado no periódico Neuroscience & Biobehavioral Reviews fortalece a ligação entre alimentos fermentados e saúde mental. Na lista de benefícios, além dos clássicos lácteos enriquecidos com bactérias probióticas, destacam-se outras opções como o kombucha e o kefir, juntamente com conservas de hortaliças, como o chucrute alemão e o kimchi coreano. O vinagre, missô e pão de fermentação natural também são mencionados no estudo.
Os grãos de kefir têm a capacidade de fermentar leites, bebidas vegetais e até água, incluindo versões veganas. Todos esses alimentos concentram micro-organismos essenciais para favorecer a harmonia do ecossistema intestinal, promovendo equilíbrio e estimulando a presença de bactérias benéficas.
‘Quando a microbiota está em equilíbrio, com uma maior quantidade de bactérias benéficas, observamos diversos impactos positivos’, afirma a nutricionista Renata Juliana da Silva, especialista em Ciências Morfofuncionais pela Universidade de São Paulo (USP). A imunidade é fortalecida e há indícios de proteção cardiovascular e contra a obesidade.
Atualmente, sabemos que a disbiose, caracterizada pela vantagem de micróbios patogênicos, aumenta o risco de substâncias prejudiciais circularem pelo corpo, desencadeando processos inflamatórios que podem afetar até mesmo o cérebro. Essas condições podem levar a prejuízos cognitivos e transtornos como ansiedade e depressão.
Uma microbiota saudável contribui para a integridade da parede intestinal, prevenindo possíveis danos. ‘Um intestino saudável também favorece a liberação de substâncias anti-inflamatórias e a produção de neurotransmissores, como a serotonina’, explica a nutricionista Lara Natacci, especialista em alimentação e saúde mental pela USP.
Embora a serotonina produzida no intestino não atravesse a barreira hematoencefálica, ela desempenha um papel crucial na transmissão de sinais de bem-estar, influenciando o humor. Essa comunicação é conhecida como eixo intestino-cérebro e pode ocorrer por meio dos neurônios presentes no sistema nervoso central e gastrointestinal, além do nervo vago, que conecta o cérebro ao intestino, transmitindo mensagens que impactam as emoções.
Manter a saúde intestinal é fundamental para a absorção e utilização adequada de nutrientes essenciais para o organismo, incluindo os alimentos fermentados, bactérias probióticas, kefir, kombucha, chucrute alemão, kimchi, vinagre, missô e pão de fermentação natural. Esses alimentos contribuem para o equilíbrio da microbiota e a promoção da saúde mental.
Fonte: @ Estadão