Globo retrata cultura carnavalesca, suburbana e carioca. Produtores culturais de bate-bola compartilham opiniões sobre cotidiano, produção, fantasias, e fidelidade, enquanto enfrentam incêndios em barracões, usam água do poço da comunidade na produção de Volta por Cima.
Na visão de alguns entrevistados, a novela Bate-Bolas ajuda a mudar a percepção negativa da indústria de fantasias. A obra busca retratar a rotina da produção, os materiais utilizados e as dificuldades enfrentadas por esse setor, mostrando também as conquistas alcançadas. Como no caso dos incêndios em barracões, como o da Dragão Suburbano, que é retratado de forma muito realista.
A turma da Bate-Bolas está de bares para celebrar a sua conquista, mas logo se depara com problemas de cabeças, pois Jão e Madá têm que lidar com um incêndio em um dos barracões da Dragão Suburbano, um momento de grande tensão para os garotos de turma. Clóvis, um dos personagens, se destaca pela sua brasilidade e pela forma como enfrenta os problemas, mostrando que a força de vontade e a luta são fundamentais para superar obstáculos.
Cultura do Bate-Bola e o seu Valor
Em 2013, Welton Jorge Pereira, o Parrudo, recebeu um telefonema inesperado enquanto estava almoçando: o seu barracão de bate-bolas em Madureira estava pegando fogo. Ele rapidamente se dirigiu para o Morro do Cajueiro e percebeu que o acesso era complicado, não havia bombeiros e a comunidade teve que usar água de um poço para tentar apagar as chamas, mas foi impossível. Esse incidente deixou a turma sem nada, até mesmo as roupas de trabalho. A única coisa que restou foi a máscara, que estava sendo costurada.
Parrudo lembra: ‘Perdemos tudo, né? Teve que recomeçar do zero. Perdemos as casacas, o macacão, a lycra. A única coisa que ficou foi a máscara, que estava na costureira.’ Era fevereiro e o Carnaval estava se aproximando. Apesar da adversidade, a turma não desistiu. Com a permissão de Deus, conseguiram reunir tudo em duas semanas e meia. Foi uma superação.
O bate-bola é uma tradição nos subúrbios, e os seus praticantes se orgulham de sua cultura. Eles gostam de criar fantasias e apresentações deslumbrantes nos desfiles.
Uma Cenografia Verdadeira no Carnaval
Parrudo, que também é cabeça de turma, é um dos principais defensores da cultura do bate-bola. Ele é um grande fã da novela Volta por Cima, que retrata a vida das turmas de bate-bola. A cena do incêndio no barracão da Dragão Suburbano, uma turma de bate-bola, emocionou muito Parrudo, embora não tenha sido inspirada diretamente no episódio que enfrentou.
A novela também retrata o cotidiano da produção de fantasias, com os cabeças de turma trabalhando arduamente para criar os desfiles mais incríveis. E, como nos incêndios, a comunidade se une para ajudar a recuperar o barracão.
Um Incêndio Similar em 2013
Em 2013, um incêndio destruiu o barracão de bate-bolas de Parrudo, em Madureira. Ele teve que fazer empréstimo no banco, receber doações e trabalhar arduamente para recuperar tudo. A perda foi de R$ 50 mil, mas a comunidade se uniu para ajudar. Em entrevista ao Bia Rodrigues, Parrudo relembra: ‘A cena do incêndio foi uma superação nossa, mostrando a força da comunidade e a fidelidade como uma turma de bate-bolas.’
Uma Nova Visão para o Bate-Bola
A novela Volta por Cima trouxe uma nova visão para o bate-bola, mostrando a beleza da cultura e a importância da união da comunidade. O bate-bola não é apenas sobre o Carnaval; é sobre a vida, a luta e a superação. E, no final, é a fidelidade a uma comunidade que faz a diferença.
Os cabeças de turma, como Parrudo, estão satisfeitos com a novela e acreditam que ela irá mudar a imagem do bate-bola e mostrar a sua beleza para o mundo.
Fonte: @ Terra