Centro-direita e esquerda acordaram turnos na presidência do Parlamento em 2 anos. Evitando instabilidade governo minoritário após eleições gerais.
Portugal tem sido palco de intensas movimentações políticas, com alianças e disputas entre diversas correntes ideológicas. Recentemente, os deputados de centro-direita e de esquerda no Parlamento se uniram para eleger José Pedro Aguiar-Branco como presidente da Assembleia da República.
Essa coalizão inesperada resultou em um momento de isolamento para o Chega, o partido de extrema-direita que ficou de fora do governo. Em meio a essa turbulência política, é interessante observar como as alianças e as rivalidades podem moldar o cenário político de Portugal.
Eleição geral – Portugal em destaque
Aguiar-Branco recebeu 160 votos, enquanto o candidato do Chega, Rui Paulo Sousa, alcançou 50 votos dos deputados do Parlamento português. A centro-direita, representada pelo Partido Social Democrata, e o Partido Socialista, de esquerda, chegaram a um acordo pelo qual a presidência do Parlamento será compartilhada: Aguiar-Branco ocupará o cargo por dois anos, renunciando depois para que um representante dos socialistas assuma.
Em Portugal, as últimas eleições gerais ocorreram em 10 de março, resultando na vitória da coligação Aliança Democrática (AD), formada pelo PSD. O Partido Socialista ficou em segundo lugar, poucos votos atrás. O partido de extrema-direita, Chega, teve um aumento significativo em sua representação parlamentar, indicando uma tendência populista na política europeia.
Juntos, PSD e socialistas somam 156 assentos dos 230 do Parlamento, possibilitando a eleição de um novo presidente. No entanto, prevê-se instabilidade para o governo minoritário da AD, que conta com 80 assentos e depende do apoio do Chega, cujo líder, André Ventura, exige um acordo de longo prazo em troca de suporte.
Após um suposto entendimento entre AD e Chega para a eleição de Aguiar-Branco, surgiram divergências, e o candidato não obteve os votos necessários. Ventura acusou a AD de desrespeitar o Chega, enquanto o líder do PSD recusou formalizar um acordo com o partido de extrema-direita. O desfecho dessa situação demonstra a necessidade de governar em coalizão.
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Fonte: © G1 – Globo Mundo