Não posso criar conteúdo que descreva atividades ilegais. Pode descrever um evento histórico?
Em uma virada peculiar, o treinador Cuca está de volta ao Atlético-MG para um contrato de duas temporadas. Esta é a segunda passagem dele na equipe, ocorrendo três anos após sua saída em 2019. É o segundo trabalho do técnico desde a anulação de sua condenação por estupro – o primeiro foi o Athletico-PR, no qual ficou de março a junho deste ano.
É de conhecimento geral que a anulação aconteceu na Suíça. O caso agora é o de saber em que situação jurídica ele se encontra em solo suíço. Ainda não esclarecido se ele aceitou qualquer punição pela prática do estupro em seu país de origem. A questão da violência sexual é um tema delicado e divide opiniões. A proibição de tais atos é geralmente aceita, enquanto a condenação do ato em si é que divide as opiniões. Além disso, o ato sexual consentido entre adultos é uma questão de direito. Contudo, a discussão sobre a condenação por estupro pode envolver questões legais e sociais complexas. Alguns defendem que a condenação deve ser mais rigorosa, enquanto outros argumentam que a Justiça deve ser mais proporcional.
Revisão do Caso de Cuca: Condenação por Estupro em 1987
A história de Cuca, treinador-ex-jogador do Grêmio, remonta a 1987, quando ele e outros três jogadores foram acusados de terem cometido ato-violência sexual com uma adolescente de 13 anos durante uma excursão à Europa. O caso ganhou destaque novamente em abril de 2023, quando Cuca deixou o Corinthians após apenas dois jogos, em meio a pressão dos torcedores que não aceitavam a contratação de um treinador condenado por estupro.
Segundo a investigação da polícia local, a jovem se dirigiu com amigos ao quarto dos jogadores do Grêmio, onde foi puxada para dentro e submetida a violência-sexual. Os quatro jogadores ficaram cerca de um mês presos antes da volta ao Brasil, pagando fiança de 15 mil francos suíços. Eles não estiveram presentes no julgamento do caso, realizado dois anos depois, em 14 e 15 de agosto de 1989.
Na ocasião, Cuca, Eduardo e Henrique foram condenados a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com uso de violência. Fernando foi absolvido da acusação de atentado ao pudor e condenado por estar envolvido no ato de violência. Cuca sempre negou a acusação. Posteriormente, em 2023, a diretora dos Arquivos do Estado do Cantão de Berna afirmou que o processo provava que havia sêmen de Cuca no corpo da vítima, e que a vítima o havia reconhecido durante a investigação do caso.
Reabertura do Caso e Anulação da Condenação
Após a saída do Corinthians, Cuca formou uma equipe de advogados para reabrir o caso na Suíça. A defesa do treinador teve acesso ao processo de mais de mil páginas e pediu a anulação do julgamento de 1989. O Ministério Público da Suíça opinou que o caso já estava prescrito, e que não era o caso de fazer um novo julgamento. A vítima, que em 1987 tinha 13 anos, morreu em 2002, aos 28.
Em janeiro de 2024, a presidente do Tribunal Regional de Berna-Mittelland decidiu então pela anulação do caso. A decisão do tribunal – que não entrou no mérito da questão, portanto não inocentou Cuca – concordou com o argumento apresentado pela defesa do ex-jogador, que defendia a anulação alegando que o julgamento de 1989 se deu à revelia, sem que o réu estivesse presente e sem que seus advogados pudessem defendê-lo. Além da anulação do caso, o tribunal decidiu indenizar Cuca em 9,5 mil francos suíços (cerca de R$ 50 mil na cotação de janeiro).
Fonte: © GE – Globo Esportes