Agravo envolve violência corporal, lesão e chicotear.
Os protestos foram organizados pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e outros grupos de defesa dos direitos indígenas.
As manifestações aconteceram em frente à prefeitura e ao fórum de Justiça de Pontal do Araguaia, onde os atingidos reivindicaram a punição dos responsáveis pela agressão e o compromisso dos poderes públicos com a proteção das comunidades indígenas.
A APIB lamentou o fato de que a agressão tenha sido feita na presença de crianças e adolescentes e que as vítimas tenham sido submetidas a um trauma profundo. O órgão pediu que as autoridades investiguem o caso e indiquem os responsáveis a responderem por racismo e discriminação. Também criticou a intolerância que permeia a sociedade brasileira e agravou a situação na região.
Além disso, os manifestantes foram às ruas para exigir que a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e outras organizações de defesa dos direitos indígenas sejam ouvidas pelas autoridades e que a sociedade se mobilize contra o racismo e a discriminação.
Os protestos foram pacíficos, mas os atingidos reivindicaram que a Justiça seja feita e que os responsáveis sejam punidos com a chicotada que aplicaram às crianças. Além disso, pediram que as autoridades se comprometam com a proteção das comunidades indígenas e que a sociedade se mobilize contra o racismo e a discriminação.
A APIB também reiterou sua reivindicação de que o Estado seja responsável por garantir o direito à não discriminação e à igualdade de todos, independentemente da etnia, da raça ou da cor – direitos fundamentais que têm sido violados em diversas ocasiões.
Agressão e lesão corporal em indígenas desperta ação do Conselho Tutelar e da Funai
O episódio de violência racista e intolerância contra a população xavante ocorreu na residência de um suspeito em 6 de março, quando crianças indígenas entraram na casa para pegar alimentos. As vítimas relataram que o suspeito as chicoteou, causando hematomas nas costas, braços e rostos. Os traumas sofridos pelas crianças incluem medo de sair de casa e dificuldade de se alimentar. Familiares das vítimas relataram que o episódio gerou um trauma significativo, com medo de sair de casa e dificuldade de se alimentar.
O Conselho Tutelar de Pontal do Araguaia e a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) estão acompanhando o caso. A Funai lamentou o ocorrido e enfatizou seu compromisso em defender os direitos dos povos indígenas e enfrentar práticas discriminatórias. A Coordenação Regional Xavante, unidade descentralizada da Funai, prestou apoio e assistência à família. Diante da insegurança vivida pelos familiares, a coordenação está em contato com os órgãos competentes para avaliar medidas cautelares de proteção e viabilizar ações criminais e cíveis contra os responsáveis pelos danos.
A reportagem conversou com o autônomo Delmir Magalhães, 45, apontado pelas vítimas como o agressor. Ele negou a lesão corporal e acusou os indígenas de tentativa de extorsão, mas não apresentou provas. Maria Isabel Pewa Õtõwe Wa’aire, tia das vítimas, relatou que a família busca melhores condições de vida na sede do município e afirma que o agressor deveria ter entrado em contato com os responsáveis para informar a situação. A família denunciou o caso no MPF (Ministério Público Federal).
A violência contra indígenas em Mato Grosso aumentou na gestão do governador Mauro Mendes (União Brasil). O governo de Mato Grosso disse que desenvolve políticas transversais para atender aos povos indígenas locais. Em relação ao caso das crianças, a Secretaria de Segurança Pública disse que tomou as medidas cabíveis. A Polícia Militar atendeu a ocorrência e encaminhou para a delegacia da Polícia Civil de Pontal do Araguaia, que realizou exame de corpo de delito e está indiciando os responsáveis.
As entidades indígenas e influenciadores sociais reagem contra a violência e o preconceito contra os indígenas. Eles destacam que a população indígena busca melhores condições de vida e respeito para as crianças. A violência e o preconceito devem ser combateados para garantir o respeito e a dignidade dos povos indígenas.
Fonte: © Notícias ao Minuto