Ministros afirmaram que insatisfações sociais legítimas e o extremismo econômico podem levar ao populismo e à concentração de renda, ameaçando direitos e instituições.
Os ministros Flávio Dino e Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal, declararam que as insatisfações sociais legítimas são uma das principais causas dos ataques às instituições, que muitas vezes se devem à falta de democracia.
De acordo com os ministros, a democracia deve ser exercida de maneira justa, garantindo liberdade, igualdade e representação para todos os cidadãos. No entanto, quando as instituições não respeitam esses princípios, as pessoas podem se sentir desligadas, levando a uma crise de justiça e a uma perda de participação na sociedade. Nesse sentido, é fundamental que as instituições assegurem a democracia de forma que as pessoas tenham a participação ativa no processo político e social, evitando a desigualdade e a falta de liberdade.
Precisamos reconstruir a democracia
O ministro Flávio Dino participou de evento em Brasília onde abordou a importância da democracia em um cenário de desafios. O evento, organizado pelo Instituto de Estudos Jurídicos Aplicados (Ieja), reuniu especialistas para discutir a relação entre democracia, segurança jurídica e desenvolvimento econômico.
Segundo Dino, regimes políticos extremistas têm explorado as insatisfações populares para ganhar apoio, corroendo as instituições de dentro para fora. Ele destacou que o populismo extremista moderno aprendeu com os erros dos regimes nazista e fascista, afirmando que este modelo visa destruir as instituições por meio de habilidades de manipulação política e ampliação da desigualdade.
O ministro mencionou que problemas sociais, como a falta de emprego, a concentração de renda e a diminuição da representação política, contribuem para a crítica da população às instituições. Dino alegou que a implementação de políticas para garantir igualdade e justiça social tem sido insuficiente, o que levou a um crescimento do populismo extremista. Ele enfatizou que a democracia não conseguiu garantir emprego e dignidade para todos, especialmente para as parcelas mais vulneráveis.
De acordo com ele, o Estado não conseguiu cumprir a promessa de direitos e dignidade para todos, o que pode ter consequências negativas para as instituições e o modelo político. O ministro também abordou o avanço tecnológico, que trouxe benefícios, mas também levou à insegurança do emprego e desafios no mercado de trabalho.
Dino concluiu que o liberalismo, que é fundamental para a democracia, precisa ser reforçado para evitar a perda de eficácia em face dos desafios sociais.
Fonte: © Conjur