Relatório Jolts mostra aumento de vagas abertas e demissões nos EUA, com queda nas contratações, reforçando aposta em queda dos juros, o que desvaloriza moedas e pares no mercado de trabalho.
Com a abertura da bolsa de valores dos Estados Unidos da América em queda, o dólar começou a perder valor e foi cotado em R$ 6,032. No entanto, a pressão não se manteve e o mercado voltou a ser estável.
A mudança de cotação do dólar ocorreu após a abertura da bolsa de valores dos Estados Unidos da América, onde a moeda americana também sofreu uma queda. Apesar da instabilidade no mercado, o dólar conseguiu manter sua estabilidade e voltou a subir no final da manhã.
Repercussões do Relatório de Empregos Americano
A divulgação do relatório de empregos americano Jolts, que apresentou aumento de demissões e diminuição de contratações, gerou um impacto nas negociações da moeda americana, que caiu 0,19% e fechou a R$ 6,057. Este movimento foi um reflexo das incertezas no mercado de trabalho dos EUA e na política fiscal, que tendem a afetar a economia e, por consequência, o valor do dólar.
Variação do Dólar em Relação à Moeda Americana
Ao final da sessão de negociação, o dólar recuava 0,13% contra moedas pares, enquanto desvalorizava 0,17% contra o peso mexicano e estava praticamente estável contra o rand sul-africano, moedas consideradas semelhantes ao real.
Dados do Relatório de Empregos
Na semana passada, foi divulgado que o número de vagas de trabalho abertas nos Estados Unidos subiu para 7,7 milhões em outubro, diante do número revisado de 7,4 milhões em setembro. Já o volume de contratações caiu levemente para 5,3 milhões no mês, de 5,6 milhões no mês anterior. As demissões subiram para 3,3 milhões, de 3,1 milhões em setembro.
Opiniões dos Analistas
Alexandre Viotto, diretor mesa de câmbio da EQI Investimentos, analisa que os dados apontam um mercado de trabalho em processo de desaquecimento. Além disso, dois membros do banco central americano (Federal Reserve, o Fed), Adriana Kugler e Mary Daly, disseram hoje que a inflação no país estaria convergendo para 2%. Isso abre espaço para o Fed baixar os juros, o que torna os EUA menos atraentes aos investidores ante o real e faz o dólar cair.
Impacto da Política Fiscal
Além disso, o real operou com algum ganho por conta do PIB relativamente acima do esperado. Este fato abre caminho para o BC seguir subindo juros, acima do que era esperado. No entanto, Chris Turner, analista de moedas do banco ING, aponta que o real tende a continuar sob pressão porque a presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfraqueceu a reforma fiscal com algumas isenções fiscais, de olho nas eleições presidenciais de 2026.
Previsão para o Dólar
Com um ambiente externo difícil e nenhum sinal ainda de uma reviravolta fiscal, Turner considera ser difícil ver o dólar caindo de forma sustentável. A previsão de 12 meses é de R$ 6,25 para o dólar. Se as coisas derem muito errado, então o dólar pode chegar a R$ 6,50.
Negociação do Dólar no dia anterior
Ontem (2), o dólar atingiu um novo recorde e fechou a sessão cotado a R$ 6,07, após o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar impor tarifas de 100% sobre produtos importados dos países do Brics, grupo de países de economias emergentes que inclui o Brasil, caso criem uma moeda para rivalizar com o dólar.
Fonte: @ Valor Invest Globo