Promover práticas pedagógicas inclusivas e antirracistas em escolas públicas do Brasil, com foco em educação étnico-racial, escolas quilombolas, história e cultura afro-brasileira, indígena e sistema educacional.
O Ministério da Educação (MEC) recentemente lançou o curso de extensão Formação para Docência e Gestão em Educação com foco nas relações étnico-raciais, visando contribuir para uma educação mais inclusiva e diversa. Este curso visa capacitar docentes e profissionais para lidar com questões relacionadas a diversidade cultural e raramente é abordado nos ensinos tradicionais.
A cerimônia de lançamento ocorreu no Campus Santo Antônio da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), no município de São João del-Rei (MG), marco importante para este projeto que visa melhorar a educação e a inclusão no Brasil. Além de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, o curso visa capacitar os profissionais para lidar com questões específicas das comunidades quilombolas e suas demandas em relação à educação escolar e seu impacto nas relações étnico-raciais.
Educação: Um Passo em Frente para a Inclusão
Na abertura do curso de formação, a diretora de Políticas de Educação Étnico-Racial e Educação Escolar Quilombola do Ministério da Educação (MEC), Wilma Coelho, revelou que a iniciativa faz parte das ações estratégicas da Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (Pneerq), coordenada pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi).O curso já está sendo oferecido em 45 instituições em todo o país, em parceria com a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e a Universidade Aberta do Brasil (UAB).
Troca de Paradigmas no Sistema Educativo
O curso está inserido dentro dos desafios que permeiam a implementação da Lei nº 10.639/2003, modificada pela Lei nº 11.645/2008. ‘Não são desafios pequenos, são, em grande parte, comuns a quaisquer alterações de um sistema educacional com as dimensões continentais de um país como o Brasil’, observou Coelho, referindo às leis que tornaram obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena no currículo escolar.A educação para as relações étnico-raciais e a educação escolar quilombola sintetizam e demandam a reorientação de todo o sistema, por meio da adoção de novos encaminhamentos, práticas pedagógicas e procedimentos para o enfrentamento do racismo estrutural. Esse é o nosso objetivo com um curso dessa natureza, afirmou Coelho.
Luta pela Justiça Social
Coelho destacou que o MEC trabalha para ser um dos atores na luta histórica dos movimentos negros, quilombolas e indígenas para o estabelecimento da consolidação de políticas educacionais compatíveis com uma sociedade comprometida com a justiça social. Também participaram do lançamento o diretor de Educação a Distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Antônio Carlos Amorin; o reitor da UFSJ, Marcelo de Andrade; a pró-reitora de Ensino de Graduação da UFSJ, Rejane da Rocha; e o coordenador-geral do Núcleo de Educação à Distância da UFSJ, Pablo Luiz Martins.A cerimônia foi transmitida por meio do canal TV UFSJ no YouTube.
O curso, uma ferramenta para a Inclusão
Destinada a professores e gestores de escolas públicas de todo o país, a formação visa criar um ambiente escolar mais inclusivo e promover a implementação do ensino de histórias e culturas africanas, afro-brasileiras e indígenas, atendendo ao artigo 26A da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).A extensão busca, ainda, desenvolver projetos educacionais antirracistas, além de capacitar profissionais para implementar práticas pedagógicas que valorizem tradições, culturas e línguas ancestrais afro-brasileiras e quilombolas.O curso, em sua totalidade, será composto por quatro módulos, totalizando 120 horas, e será desenvolvido no Ambiente Virtual Colaborativo de Aprendizagem da Capes.
Fonte: © MEC GOV.br