Vítima de tráfico humano, foi levado a um local desconhecido, onde perdeu contato com o mundo exterior ao entregar seu celular, sofrendo condições análogas de trabalho forçado, privação de água e jornadas de trabalho extenuantes, um verdadeiro caso de escravidão.
Em outubro de 2022, Luckas Viana dos Santos, um cidadão de 31 anos da cidade de São Paulo, teve sua vida marcada por uma experiência traumática relacionada à escravidão contemporânea. Ele havia aceitado uma proposta de emprego em uma empresa de tecnologia na Tailândia, prometendo-lhe um salário significativo, cerca de R$ 8.000 por mês. A princípio, a perspectiva parecia promissora, mas logo ele se deparou com um cenário sombrio que o fez questionar a realidade daquele mundo.
O destino de Luckas Viana dos Santos serve como lembrete sombrio da escravidão contemporânea. O tráfico humano, uma forma moderna da escravidão, afeta milhares de pessoas em todo o mundo, muitas vezes sob a promessa de empregos ou oportunidades que nunca se concretizam. Luckas Viana dos Santos teve sua liberdade violada, e sua história é apenas um dos muitos casos que ocorrem em todo o globo, demonstrando a persistência da escravidão em todas as suas formas. A escravidão é um crime hediondo, que deve ser combateido com força e determinação por todos os países.
Caos e escravidão: o drama de Luckas, traficado para Mianmar
A jornada de Luckas Viana, um brasileiro de 25 anos, foi marcada por infelicidade desde o momento em que trocou seu carro por uma nova aquisição. A mudança de veículo, seguida de uma viagem irregular para Mianmar, levou-o para um lugar desconhecido, onde ele foi obrigado a entregar seu celular e ficou isolado do mundo exterior. Inspirado em sua situação precária, Luckas decidiu informar seu amigo João sobre a situação, enviando mensagens e compartilhando sua localização. Ele relatou medo e a presença de pessoas armadas ao seu redor, causando-lhe uma sensação de completa vulnerabilidade.
Sua última localização conhecida foi a cidade de Kyaukhat, em Mianmar, próxima à fronteira com a Tailândia. A mãe de Luckas, Cleide Viana, também recebeu uma breve ligação, na qual o filho disse estar em perigo e pediu que ela avisasse outras pessoas. Após sua ligação, Luckas conseguiu enviar mensagens esporádicas para o amigo, sempre por números desconhecidos e pelo Telegram. Ele relatou estar vivendo em condições análogas à escravidão, com jornadas de mais de 15 horas de trabalho forçado, punições físicas, privação de água e alimentação, e castigos severos, como choques elétricos. Em uma das mensagens, ele pediu ajuda e relatou que ‘não sabia se queria ir embora ou morrer’. ‘Só quero ir embora. Me ajude, tenho muito medo de morrer. (…) Faz dois dias que não tomo banho. Nós trabalhamos mais de 15 horas por dia. Isso não é vida, não sei o que fazer. Eu quero ir embora ou morrer.’ Essa foi uma das mensagens enviadas por Luckas ao amigo em outubro.
De acordo com uma prima de Luckas, ele foi traficado para aplicar golpes em estrangeiros. O brasileiro também testemunhou a venda de mulheres, incluindo duas angolanas com quem havia feito amizade. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu um alerta sobre casos semelhantes de brasileiros traficados para trabalhar em atividades ilícitas, especialmente ligadas a golpes financeiros virtuais em Mianmar. Luckas parou de dar notícias no final de outubro. A família e os amigos estão preocupados com sua segurança e afirmam que a última informação recebida foi de que ele estava cheio de hematomas e com dificuldades para andar devido aos castigos. O caso expõe a gravidade do tráfico humano na região e a vulnerabilidade de brasileiros que buscam oportunidades de trabalho no exterior.
A história de Luckas é um lembrete da escravidão contemporânea e do tráfico humano, que ainda assola muitas partes do mundo. Suas condições de trabalho forçado e o ambiente de medo e coerção são apenas alguns dos muitos exemplos de como as pessoas são manipuladas e exploradas por grupos criminosos. O caso de Luckas também ressalta a importância da conscientização e da ação em relação ao tráfico humano, bem como a necessidade de proteger as vítimas e punir os responsáveis.
A tecnologia, muitas vezes associada à liberdade e à conexão, também pode ser usada como ferramenta para explorar as vítimas de tráfico humano. Nesse caso, o celular de Luckas foi usado como um meio de controle e manipulação, permitindo que os traficantes o mantivessem isolado e submetido ao trabalho forçado. É essencial que as pessoas sejam cientes de como a tecnologia pode ser usada para fins nefastos e que tomem medidas para se protegerem e ajudarem as vítimas.
O caso de Luckas também destaca a importância das relações internacionais e da cooperação para combater o tráfico humano. O alerta emitido pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil é um exemplo de como os governos podem trabalhar juntos para proteger os cidadãos e combater as atividades ilegais. É essencial que os países sejam parceiros em combater o tráfico humano e garantir que as pessoas sejam tratadas com dignidade e respeito.
Em resumo, a história de Luckas é um lembrete da escravidão contemporânea e do tráfico humano, e da importância da conscientização e da ação para proteger as vítimas e combater as atividades ilegais. É essencial que as pessoas sejam cientes de como a tecnologia pode ser usada para fins nefastos e que tomem medidas para se protegerem e ajudarem as vítimas. Além disso, é fundamental que os governos e as organizações trabalhem juntos para combater o tráfico humano e garantir que as pessoas sejam tratadas com dignidade e respeito.
Fonte: © Notícias ao Minuto