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Nova pesquisa revela que variantes genéticas ligadas ao consumo de café têm relação com efeitos positivos e negativos na obesidade.
Uma pesquisa recente revela que a herança genética pode ter impacto não só na quantidade de café que alguém consome, mas também nos efeitos positivos ou negativos que esse consumo pode trazer para a saúde.
Além disso, a bebida mais consumida no Brasil, o café, tem sido objeto de estudos que buscam compreender melhor seus efeitos no organismo humano. A relação entre o consumo de café e a saúde continua sendo tema de debate entre os especialistas.
Estudo revela conexões importantes entre genética, consumo de café e obesidade
Uma pesquisa publicada na revista Neuropsychopharmacology em junho explorou as relações entre genética, consumo de café e sua ligação com a obesidade. Embora não tenha respondido definitivamente se o café é benéfico ou prejudicial, o estudo destacou conexões significativas. Além disso, foram encontradas associações entre o consumo da bebida e condições de saúde mental, embora menos diretas.
A quantidade de café ou cafeína que uma pessoa ingere pode ser influenciada pela herança genética. Estudos anteriores com gêmeos mostraram que entre 36% e 58% das características relacionadas à cafeína são herdadas. Essa descoberta foi um dos pontos abordados no estudo.
Abraham Palmer, um dos principais autores do estudo e professor do Departamento de Psiquiatria da Escola de Medicina da UC San Diego, explicou que havia motivos para suspeitar da influência genética no consumo de café. Eles encontraram evidências estatísticas de que essa característica é hereditária em ambas as coortes examinadas. Em resumo, as variantes genéticas que uma pessoa herda dos pais podem afetar a quantidade de café que ela tende a consumir.
Para investigar a relação entre genética, café e obesidade, os pesquisadores realizaram um estudo de associação do genoma inteiro (GWAS). Esse estudo analisou os genomas completos dos participantes para identificar variantes genéticas associadas ao consumo de café. Os dados genéticos e informações sobre o consumo de café foram coletados de dois bancos de dados: 23andMe, com 130.153 participantes dos EUA, e do UK Biobank, com 334.649 participantes do Reino Unido.
Os resultados mostraram que variantes genéticas específicas estão ligadas ao consumo de café e à velocidade com que a cafeína é metabolizada. Além disso, os participantes com variantes genéticas relacionadas ao consumo elevado de café apresentaram maior propensão à obesidade. No entanto, isso não significa que todos que consomem muito café serão obesos, mas sim que os fatores genéticos que influenciam o consumo da bebida também podem afetar o desenvolvimento da doença.
Quanto à relação entre café e saúde mental, os pesquisadores tiveram resultados menos conclusivos. A análise da ligação entre consumo de café e doenças psiquiátricas não foi tão clara. A pesquisa destaca a complexidade das interações entre genética, consumo de café e saúde, ressaltando a importância de estudos contínuos nessa área.
Fonte: © CNN Brasil