Victor Manuel Rocha, 73 anos, dirigente dos serviços de inteligência, admitiu conspiração para agir como agente de governo estrangeiro, pode pegar anos de prisão por crimes federais.
Espião é a designação dada a Victor Manuel Rocha, um ex-embaixador dos Estados Unidos, que vai se declarar culpado por ter atuado como agente secreto para o governo de Cuba por muitos anos. Ele ocupou o cargo de conselheiro especial do comandante do Comando Sul dos EUA, num caso que chocou os meios diplomáticos americanos e que será lembrado por muito tempo.
Victor Manuel Rocha será julgado por ter sido um agente secreto a serviço de Cuba, em uma das maiores traições já vistas no cenário diplomático internacional. O ex-embaixador dos Estados Unidos agora enfrenta as consequências de seus atos, que certamente terão um impacto profundo nas relações entre os dois países.
Manuel Rocha, o espião confesso
Rocha afirmou a um magistrado federal que irá confessar as acusações de conspiração para atuar como agente de um governo estrangeiro, o que pode resultar em sua prisão por vários anos. Os promotores alegam que Rocha se envolveu em atividades clandestinas em prol de Cuba desde pelo menos 1981, quando entrou para o serviço diplomático dos EUA.
Ele manteve encontros com agentes de inteligência cubanos e forneceu informações falsas a autoridades do governo americano sobre seus contatos. As autoridades federais não detalharam exatamente as ações de Rocha em favor de Cuba enquanto estava no Departamento de Estado.
Os cargos de Manuel Rocha no governo dos EUA
Durante as últimas décadas, Rocha ocupou os seguintes cargos no governo americano:
- Trabalhou no Departamento de Estado entre 1981 e 2002, de acordo com o Departamento de Justiça.
- Foi conselheiro do Conselho de Segurança Nacional em 1994 e 1995.
- Embaixador dos EUA na Bolívia de 2000 a 2002.
- Conselheiro do Comando Sul do Exército dos EUA de 2006 a 2012.
A descoberta do agente secreto
Nos anos de 2022 e 2023, ele teve conversas com um representante do Departamento Geral de Inteligência de Cuba, revelando suas atividades como espião ao longo de décadas. Porém, o indivíduo que Rocha acreditava ser um dirigente dos serviços de inteligência de Cuba na verdade era um agente disfarçado do FBI.
As ações judiciais nos EUA
Rocha foi detido e enfrenta acusações de diversos crimes federais, incluindo atuar como agente estrangeiro ilegal e usar um passaporte obtido de forma fraudulenta, conforme o Departamento de Justiça. O procurador-geral Merrick Garland emitiu um comunicado sobre o caso, mencionando que Rocha atuou como agente do governo cubano por mais de 40 anos, buscando e obtendo cargos no governo dos EUA para acessar informações sigilosas e influenciar a política externa americana.
Fonte: © G1 – Globo Mundo