Expectativa de vida do brasileiro subiu de 72,8 anos em 2021, mas desigualdades persistem em áreas urbanas vulneráveis, com problemas de saneamento básico e habitações precárias.
A expectativa de vida no Brasil atingiu 76,4 anos em 2023, um aumento significativo de 11,3 meses em relação ao ano anterior, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa melhoria na expectativa de vida é um indicativo de que o país está caminhando no rumo da vida mais longa e vitalidade.
Com essas novas estatísticas, fica claro que a expectativa de vida no Brasil está em alta, refletindo uma esperança de que as pessoas venham a viver mais e mais saudáveis. Nesse contexto, a vida mais longa é um direito a ser conquistado, e o Brasil avançando nessa direção é um fato inegável. É esperado que essas estatísticas influenciem as políticas públicas no país, em direção a uma gestão mais eficaz da saúde e do bem-estar dos cidadãos brasileiros.
Expectativa de vida no Brasil: marco histórico superado com a recuperação
O Brasil alcançou um marco significativo na sua história demográfica, superando o patamar pré-pandemia em 2019. A expectativa de vida no país superou os 76,2 anos, registrados em 2019, e consolidou a recuperação de um indicador que havia sofrido quedas expressivas devido à covid-19. Em 2021, a pandemia havia afetado severamente o país, reduzindo a expectativa de vida para 72,8 anos, o menor nível desde 2010.
A longevidade brasileira aumentou para ambos os sexos, com as mulheres continuando a viver mais. Em 2023, as mulheres tinham uma expectativa de vida de 79,7 anos, enquanto os homens chegavam a 73,1 anos, uma diferença de 6,6 anos. Esse padrão se mantém desde 1940, quando a diferença entre os sexos era de 5,4 anos. Fatores como cuidado feminino com a saúde e menor exposição a situações de risco, como violência e acidentes de trânsito, influenciam essa lacuna.
Além disso, a sobremortalidade masculina continua alta, especialmente entre jovens adultos. Os homens de 20 a 24 anos têm 4,1 vezes mais chances de morrer do que as mulheres da mesma idade, por causa principalmente de causas externas, como acidentes e homicídios.
A relação entre urbanização e longevidade
A urbanização crescente no Brasil traz impactos diretos sobre a qualidade e a expectativa de vida. De acordo com o relatório Censo Demográfico 2022: Favelas e Comunidades Urbanas: Resultados do Universo, do IBGE, mais de 16 milhões de brasileiros vivem em favelas e comunidades urbanas, correspondendo a 8,6% da população total do país.
Essas áreas concentram desafios significativos, como a falta de saneamento básico, que afeta diretamente 23,3% dos domicílios localizados em favelas. Além disso, 12,2% das habitações nesses territórios não possuem acesso adequado a água tratada. Os serviços de coleta de lixo também apresentam lacunas importantes: em 5,7% das residências em comunidades urbanas, não há recolhimento regular de resíduos sólidos.
Essa precariedade impacta diretamente a saúde dos moradores, resultando em condições insalubres que comprometem a longevidade. As políticas de saúde na infância têm sido cruciais para o aumento da expectativa de vida no Brasil.
Políticas de saúde na infância: avanços importantes
De acordo com o relatório Censo Demográfico 2022: MUNIC e ESTADIC, do IBGE, 98,4% dos municípios brasileiros relatam a existência de campanhas de vacinação regulares, um fator essencial para a redução de doenças graves e mortalidade infantil. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) alcançou índices expressivos de cobertura, como 95% de vacinação contra a poliomielite em várias regiões.
Além disso, 94% dos municípios afirmam contar com programas de atenção básica para gestantes e crianças, como o Estratégia Saúde da Família (ESF), que oferece acompanhamento pré-natal e monitoramento do desenvolvimento infantil. Essas iniciativas são fundamentais para a redução da mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida.
A expectativa de vida é um indicador fundamental para avaliar a qualidade de vida de uma população. O aumento da expectativa de vida no Brasil é um marco importante, mas ainda há desafios significativos a serem superados, especialmente em áreas de saneamento básico e coleta de lixo.
A relação entre a expectativa de vida e a qualidade de vida é complexa e influenciada por muitos fatores. A urbanização, a falta de saneamento básico e a coleta de lixo inadequada são apenas alguns dos desafios que o Brasil enfrenta. No entanto, as políticas de saúde na infância têm sido fundamentais para o aumento da expectativa de vida e a redução da mortalidade infantil.
A expectativa de vida é um indicador que reflete a saúde e a qualidade de vida de uma população. O Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer para superar os desafios que enfrenta, mas os avanços recentes são fundamentais para o futuro do país.
Fonte: @ Veja Abril