Ministério dos Direitos Humanos oficializará convênio para desapropriação de imóvel em Petrópolis, widas, próximas-datas, clandestino, tortura.
O governo federal está prestes a assinar um acordo para aquisição do imóvel em Petrópolis (RJ) que foi palco da ‘Casa da Morte’ durante a ditadura militar (1964-1985). O local, que funcionava como um centro clandestino de tortura e assassinato de presos políticos, será transformado em um memorial em homenagem às vítimas do regime-autoritário. O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, revelou a informação durante uma entrevista à edição do CNN Entrevistas que será exibida neste fim de semana.
Essa iniciativa se alinha com outras ações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para resgatar políticas de memória e verdade, em um esforço para reconhecer e reparar os danos causados pela ditadura. A transformação da ‘Casa da Morte’ em um memorial é um passo significativo na preservação da história e no reconhecimento das atrocidades cometidas durante o regime-autoritário no Brasil.
Ministra denuncia casos de assédio arquivados pela corregedoria em meio à ditadura
Servidoras da PRF trouxeram à tona na Câmara situações de assédio que foram negligenciadas pela corregedoria. A ministra, ao comentar sobre a fala polêmica do técnico do Palmeiras, ressaltou a importância de não perpetuar discursos discriminatórios em um regime autoritário. Quem realmente dita a agenda econômica em um cenário de repressão? Para Almeida, a Comissão de Mortos e Desaparecidos, recentemente reativada por Lula, emerge fortalecida, contando com o apoio até mesmo dos militares.
Não é trivial ouvir o comandante do Exército mencionar a relevância da comissão e defender princípios dos direitos humanos. Ele destacou: ‘é responsabilidade do Estado brasileiro continuar em busca dos restos mortais ou da confirmação dos assassinatos, mesmo que não sejam encontrados’. Almeida compartilhou detalhes de uma conversa com o líder militar, revelando que as negociações para a reativação da comissão iniciaram-se no início de 2023, aguardando apenas o momento oportuno para o anúncio.
O ministro expressou confiança na decisão de Lula de reativar a comissão, sublinhando que todas as preparações foram feitas para esse desfecho. Ele minimizou a decisão do presidente de vetar uma cerimônia em memória aos 60 anos do golpe militar em 31 de março, justificando que o país enfrenta um clima de conflito. A extrema direita, por sua vez, encara a reativação da Comissão de Mortos e Desaparecidos como uma provocação, podendo desencadear reações imprevisíveis.
Durante uma entrevista à CNN, o ministro dos Direitos Humanos garantiu que, sob a gestão de Lula, não haverá interrupção nas políticas de memória verdadeira, em contraste com o governo anterior. A reforma da ‘Casa da Morte’ é um dos passos nesse sentido. Este local, situado na região do Caxambu em Petrópolis, foi um centro clandestino operado nos anos 1970 pelo Centro de Informações do Exército, onde militares eram coagidos a se tornarem informantes infiltrados.
Almeida enfatizou que a ditadura representou um período sombrio na história do Brasil, impactando não apenas no aspecto econômico, mas também na trajetória de desenvolvimento do país. O ministro planeja erguer um memorial semelhante ao Museu Sítio da Memória em Buenos Aires, que rememora os horrores da ditadura argentina. Além disso, ele busca estabelecer parcerias com instituições que preservam a memória de regimes autoritários, como o Museo de la Memoria y los Derechos Humanos em Santiago.
Fonte: @ CNN Brasil