Unidades em greve exigem reajuste salarial, revogação de normas e apoio do movimento estudantil em proposta de elevação para entidades educacionais.
Profissionais da educação, incluindo docentes e trabalhadores técnico-administrativos, decidiram pela greve em mais de 300 campi de institutos federais, marcando uma posição firme em relação às condições de trabalho e aos direitos da categoria. A mobilização está em andamento desde o início do mês, ampliando os impactos das reivindicações em todo o país.
A paralisação dos serviços nos campi demonstra a união e determinação dos manifestantes, que buscam garantir melhorias significativas em suas condições laborais. A luta por valorização profissional e investimentos adequados na educação segue como pauta central do movimento.
Unidades em greve aderem ao movimento estudantil
Do latim, campus significa terreno e edifícios de uma universidade ou outra escola. Apesar de campi ser o plural recomendado pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), a versão aportuguesada câmpus também já é usada por instituições federais. Além disso, o Colégio Pedro II, o Instituto Nacional de Educação de Surdos, o Instituto Benjamin Constant e a Cefet-RJ, no Rio de Janeiro, juntaram-se à paralisação, assim como escolas e colégios federais vinculados ao Ministério da Defesa.
As entidades educacionais estão enfrentando um impasse com o governo em relação às reivindicações dos trabalhadores em greve. Os grevistas clamam por uma reestruturação das carreiras, recomposição salarial, e revogação de normas educacionais dos governos anteriores. Dentro das demandas, destaca-se o reforço no orçamento das instituições de ensino e o reajuste imediato de auxílios estudantis.
Proposta de elevação do governo em meio à greve
O Ministério da Gestão anunciou um reajuste linear significativo em 2023, com um aumento de 9% nos salários dos servidores e de 43,6% no auxílio-alimentação. Esse foi o primeiro acordo firmado com as categorias em oito anos. Para 2024, o governo apresentou uma proposta ambiciosa, que inclui elevar o auxílio-alimentação, aumentar recursos de assistência à saúde, e subir o auxílio-creche.
Essa proposta está sendo discutida em mesas específicas com as entidades educacionais, num processo que visa alcançar um consenso satisfatório para ambas as partes. Um relatório final com o plano de reestruturação das carreiras será entregue à ministra Esther Dweck em 27 de março. Apesar disso, o Sisasefe destaca que o governo não respondeu adequadamente às demandas da categoria durante o diálogo iniciado em junho de 2023.
Aprovação da greve e impacto no cronograma acadêmico
Após a reunião de 18/12/2023, os servidores federais da Educação Profissional, Científica e Tecnológica aprovaram a construção de uma greve, sendo oficializada para 03/04. Neste cenário, não há previsão de retorno às atividades, o que gera preocupação em relação ao andamento do semestre letivo e as consequências para os alunos.
O movimento estudantil demonstra divisão quanto à paralisação, com a maioria manifestando-se contrariamente à greve. A situação instaura um cenário delicado dentro das instituições de ensino, com os alunos receosos sobre o impacto no seu aprendizado e no calendário acadêmico. A greve, portanto, não apenas afeta os servidores e o governo, mas também influencia diretamente a comunidade estudantil e a qualidade do ensino oferecido nas entidades em greve.
Fonte: © G1 – Globo Mundo