Ministro da Fazenda alerta que política monetária restritiva em turbulência externa pode prejudicar combate virtuoso à inflação.
O secretário do Tesouro Nacional, Paulo Guedes, destacou que a economia brasileira enfrenta desafios devido aos altos juros praticados atualmente. Segundo ele, as taxas de juros elevadas podem impactar negativamente o crescimento econômico do país, dificultando a retomada da atividade produtiva.
Para contornar essa situação, o governo está estudando medidas para reduzir as taxas de juros e estimular o investimento no mercado interno. A expectativa é que, com a diminuição dos juros, haja um aumento da confiança dos investidores e uma recuperação mais sólida da economia nos próximos trimestres.
Juros em destaque: Advertências sobre taxas e taxas de juros
As declarações foram feitas em um evento organizado pelo BTG Pactual e surgem em um momento em que o Banco Central está indicando a possibilidade de um aumento nos juros. De acordo com Haddad, se houver um ‘erro na dose’ da política monetária restritiva, isso poderia desencadear problemas inflacionários. Não é segredo que o BC vem emitindo alertas sobre suas preocupações com a inflação. Por isso, a autoridade monetária decidiu encerrar o ciclo de cortes da Selic e manter a taxa básica de juros em 10,50% nas últimas duas reuniões. Agora, o cenário se torna ainda mais incerto, pois os Estados Unidos podem estar à beira de uma recessão, o que acende um sinal de alerta no mercado global e leva os investidores a evitarem riscos (e, consequentemente, países considerados arriscados, como o Brasil).
Durante o evento, Haddad também abordou a meta fiscal e as contas públicas, temas que despertam grande preocupação no mercado. Isso porque o Brasil precisa demonstrar responsabilidade financeira para atrair investimentos. Em meio à turbulência monetária global, esse assunto ganha ainda mais relevância. Em suas declarações, o ministro da Fazenda enfatizou que ‘a meta fiscal está estabelecida por lei’ e que, se todos seguirem o que é determinado pela legislação ou pela Justiça, o Brasil conseguirá navegar tranquilamente até 2024, 2025 e 2026.
Além disso, o ministro destacou que os gastos com a Previdência ‘se estabilizaram em junho’ e afirmou que este é o momento oportuno para o governo realizar ajustes em despesas como os programas sociais. ‘Ninguém pode ser contrário a um programa consistente, com critérios de elegibilidade verificados mensalmente’, ressaltou o ministro.
Fonte: @ Valor Invest Globo