Fantasias extremas sobre dominar mulheres, antes apenas fantasias, estão sendo ‘normalizadas’ no mundo real, levando a comportamentos insensíveis e a abuso sexual.
Para muitas, o tema do estupro parece se tornar cada vez mais comum, quase como se fosse uma parte inevitável da vida de homens. Porém, se refletirmos um pouco mais sobre isso, perceberemos que o que aconteceu com Gisèle é um crime cometido por homens que deviam, sim, ser julgados com base nos seus atos.
Para muitas mulheres, o caso de Gisèle é apenas mais um exemplo da chegada de homens que se sentem em liberdade para submeter as mulheres a todas as formas de violência e humilhação. Mas o que é, exatamente, a sociedade fazendo para parar com isso? Será que estamos vivendo em um mundo em que as mulheres são mães de maridos e noivas de homens que sempre lhes atormentarão?
Gênero e Poder: Um Olhar Insólito
Uma jovem mulher, no final da década de 2010, percebeu que o marido, Dominique Pelicot, estava traindo ela. O episódio que ocorreu em 2013, ele a drogou sem o seu consentimento, e convidou homens de diversas idades e profissões para realizar práticas sexuais com a esposa, enquanto ele os filmava. Esses estranhos, com idades entre 22 e 70 anos, com profissões distintas como bombeiro, enfermeiro, jornalista, carcereiro e soldado, obedeceu às instruções de Dominique Pelicot. A esposa, Gisèle Pelicot, estava sedada e nelas os estranhos realizaram práticas sexuais com a esposa, enquanto o marido a filmava. Esses estranhos, com idades entre 22 e 70 anos, com profissões distintas como bombeiro, enfermeiro, jornalista, carcereiro e soldado, obedeceu às instruções de Dominique Pelicot.
Um Mundo de Fantasias e Limites
A utilização da internet contribuiu para o caso. Uma mulher, que tem filhas, colegas e até mesmo mulheres do seu clube de leitura local, compartilhou suas impressões sobre o caso, enquanto tentava processar o que havia acontecido. Ela se sentiu horrível e não queria se aproximar de nenhum homem, inclusive de seus próprios filhos, durante pelo menos uma semana. Outra mulher, de quase 70 anos, se perguntou o que poderia estar passando pela cabeça dos homens, mesmo de seus maridos e filhos, e se perguntou se era apenas a ponta do iceberg.
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A escritora e terapeuta Stella Duffy, de 61 anos, escreveu no Instagram sobre o caso, dizendo que esperava e tentava acreditar que ‘não são todos os homens’, mas se perguntava se as esposas, namoradas, amigas, filhas e mães do vilarejo de Gisèle Pelicot também pensavam assim. Ela também se perguntou se o caso mudou a maneira como os homens veem os homens. A autora também se perguntou se o caso mudou a maneira como os homens veem os homens.
Consequências e Reflexões
Agora que o julgamento terminou, podemos olhar para além deste caso monstruoso e perguntar: de onde veio o comportamento insensível e violento desses homens? Será que eles não conseguiam ver que sexo sem consentimento é estupro? Mas há também uma questão mais ampla. O que o fato de tantos homens, em uma região relativamente pequena, compartilharem essa fantasia de dominação extrema sobre uma mulher diz sobre a natureza do desejo masculino? Como a internet mudou a norma?
Fonte: @ Nos
