Bolsa brasileira reage a ciclo de corte de taxa de juros com capital externo e atrai investidor estrangeiro.
Setembro está chegando após um pequeno rali na bolsa brasileira. O Ibovespa teve um aumento de quase 6,6% em agosto até o dia 29 e superou o desempenho negativo no ano, apresentando uma valorização de 1,38% — vamos acompanhar o desempenho de hoje do Ibovespa.
O índice de ações brasileiro, o Ibovespa, mostrou um movimento positivo após um período de instabilidade no mercado de ações. A bolsa brasileira está reagindo de forma favorável, refletindo o otimismo dos investidores em relação à economia local. O desempenho do Ibovespa é um indicativo importante para os rumos do mercado financeiro.
Ibovespa: Expectativas e Movimentações no Mercado de Ações
A temporada de compras de ações ganhou força em antecipação ao início do ciclo de corte de juros pelo Federal Reserve, o banco central americano, despertando interesse no mercado de ações. A mensagem clara de Jerome Powell, presidente da autoridade monetária, sobre a necessidade de reduzir as taxas impulsionou a movimentação dos investidores. A confirmação dessa decisão está prevista para o dia 18, coincidindo com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no Brasil.
Em meio a discussões recentes no Banco Central, incluindo falas do diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, surge a possibilidade de aumento da Selic, atualmente em 10,5% ao ano. A perspectiva de elevação dos juros pode impactar a bolsa de valores, tornando o financiamento das empresas listadas mais caro e tornando a renda fixa mais atrativa. Esse cenário se destaca no Brasil, com seus títulos de crédito e fundos de infraestrutura com isenção de imposto de renda para pessoas físicas.
O interesse por ações locais tem sido impulsionado principalmente pelo investidor estrangeiro, enquanto a participação da pessoa física tem sido mais gradual. A expectativa é de um possível aumento do capital externo, embora especialistas apontem para uma tendência de fluxo local mais moderado. Apesar da recente entrada de investidores estrangeiros, a participação deles na bolsa ainda está em níveis baixos, com um desconto significativo em relação à média histórica do Ibovespa, como observado por Nicholas McCarthy, CIO do Itaú Unibanco.
McCarthy destaca a atratividade da bolsa em termos de valuation, tanto em reais quanto em dólares, com um desconto de até 40%. A perspectiva de queda de juros nos EUA tem incentivado o retorno dos investidores estrangeiros, que veem oportunidades no mercado brasileiro. A expectativa de redução dos juros tem impulsionado o otimismo, apesar de expectativas anteriores terem sido adiadas devido a indicadores econômicos mais fortes nos EUA.
A harmonia e a postura institucional do Banco Central, evidenciadas pelas declarações de Galípolo e Campos Neto, têm contribuído para a estabilidade do mercado. A preocupação com a inflação e a possibilidade de aumento dos juros sinalizam um compromisso com a política monetária. A redução do ruído político no BC tem aliviado a pressão cambial e nos juros futuros, beneficiando também a bolsa de valores.
McCarthy sugere uma alocação estratégica em títulos de renda fixa de longo prazo e uma exposição moderada em ações, visando capturar oportunidades de valorização no mercado. A expectativa é de um cenário favorável para os investidores, com potencial para ganhos significativos no Ibovespa e demais ativos do mercado de ações.
Fonte: @ Valor Invest Globo