Impacto da inflação depende da faixa de renda, segundo estudo da Fundação Getulio Vargas. Gastos no exterior aumentam em faixas mais elevadas, enquanto moeda deve ser neutralizada para evitar custos cambial.
Em um cenário de alta inflação, os brasileiros enfrentam um novo desafio financeiro: a ‘inflação do dólar’. Esta é uma variação extremamente alta que chega a alcançar 16% a 18% em sua máxima histórica. Isso torna essencial o investimento em moeda estrangeira, como o dólar americano, com o objetivo de preservar o poder de compra das economias.
Com o objetivo de compensar o efeito da ‘inflação do dólar’, é recomendado investir no exterior com uma aplicação mínima de 16% do total do portfólio. Além disso, é fundamental estar atento aos impactos da inflação no valor do dólar, pois em um cenário de alta inflação, o dólar pode perder valor rapidamente. É crucial manter o poder de compra das economias investindo em moeda estrangeira com o objetivo de preservar o valor dos investimentos.
Diversificação Internacional: O Óleo para o Motor do Investidor
Um levantamento do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGVcef) revela que o percentual sugerido para proteger o consumo é de 18% apenas para famílias de maior renda, dólar após dólar e inflação, do dólar em mente. Isso ocorre porque as importações brasileiras representam 10% do PIB do país, e esses 10% dependem integralmente do câmbio, apontam Claudia Emiko Yoshinaga, Francisco Henrique Figueiredo, Ricardo Ratner Rochman e William Eid Junior, autores do estudo.
O estudo ‘Impacto Cambial no Consumo dos Brasileiros e a Necessidade de Diversificação Internacional’ revela que o impacto da variação do câmbio na inflação, do dólar tem um efeito direto sobre o preço de muitos bens de consumo essenciais no Brasil, especialmente para as famílias de baixa e média renda, que são as mais impactadas pela alta nos preços de bens básicos. Investir lá fora pode ser uma estratégia para neutralizar o impacto da variação do câmbio, mas faixa de renda e renda não são igualadas.
Para Paulo Gitz, estrategista global da XP, diversificação internacional vale para todos. ‘Quando o cliente deixa 100% do CDI ele tá perdendo dinheiro. Em vários momentos da história ele perdeu dinheiro fazendo isso’. A pessoa física, como uma empresa, tem ativos e passivos, e precisa balanceá-los, na visão de Gitz, o que leva a questões sobre preço de bens e consumo de bens que podem ser afetados pelo câmbio e a necessidade de proteger o consumo.
A despesa com transporte é outro passivo que pode ser afetado pelo dólar. Gitz cita que o governo pode tentar segurar o preço da gasolina, mas em algum momento ele volta a seguir o preço internacional. O dólar sobe, o preço na bomba tende a subir também. Para além da manutenção do poder de compra, a diversificação internacional oferece aos investidores brasileiros a oportunidade de acessar mercados e setores não disponíveis na bolsa de valores local, como tecnologia e biotecnologia, que têm apresentado crescimento significativo nas bolsas.
Fonte: @ Valor Invest Globo