Investidores aguardam declarações de Roberto Campos Neto sobre taxas de inflação ajustadas, títulos indexados e papéis históricos da inflação.
As taxas de juros do IPLA atingiram patamares históricos em sua oferta de títulos do Tesouro, enquanto os investidores estão atentos às declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Os títulos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA, estão atraindo investidores em busca de segurança em meio ao mercado volátil. Por outro lado, os títulos prefixados, como os títulos do tesouro, estão oferecendo patamares mais baixos em suas taxas de juros. A preocupação com a inflação e a estabilidade financeira está impulsionando a demanda por investimentos de baixo risco, levando a uma demanda maior por títulos do Tesouro. Com o objetivo de proteger seus investimentos, os investidores estão optando por títulos prefixados, que oferecem uma renda fixa, independentemente do índice de inflação.
O mercado de títulos do tesouro sobe com a inflação
Nesse cenário de incertezas, os investidores operam receosos quanto à dívida pública brasileira e a trajetória dos juros, o que naturalmente os leva a exigir mais retornos para emprestar dinheiro ao governo. Nesse contexto, o IPLA, um dos títulos mais influenciados pela inflação, ganha destaque, especialmente em um horizonte de alta de inflação e riscos. A projeção de alta da taxa de inflação, ajustada pelo IPCA, e os patamares históricos desse indicador, contribuem para essa percepção.
A declaração de membro do Banco Central americano sobre o ciclo de flexibilização monetária, também é acompanhada com atenção. Com dados econômicos fortes e a possibilidade de vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais, o mercado ajusta as suas expectativas em relação ao ciclo de flexibilização monetária nos Estados Unidos. Isso limita a capacidade de o Fed cortar juros, já que um governo que arrecadaria menos, com gastos inferiores, poderia restringir a capacidade de manter a política monetária relaxada.
Por volta das 12h, o Tesouro IPCA 2029, o mais curto da modalidade, pagava 6,79% ao ano de retorno real, o valor mais alto desde o lançamento. Esse patamar é considerado atrativo pelos analistas, que destacam a função protetora desse papel na carteira contra o aumento dos preços, que pode ser observado em taxas de inflação ajustadas, como o IPCA.
Na contramão, o Tesouro Prefixado com vencimento em 2031 perdeu valor, passando a oferecer 12,93%, num recuo em ajuste à disparada do início da semana. Segundo analistas, esse papel exige um pouco mais de cautela, por conta da projeção de alta da Selic à frente.
Fonte: @ Valor Invest Globo