Investidores-moderados devem ter exposição de 5% na carteira em bolsa, zerando ação brasileira e descontando-a da inflação.
A inflação alta no Brasil está afetando ainda mais a economia, e o banco Itaú está aconselhando os investidores a terem o menor nível de exposição em ações brasileiras desde 2011. A instituição financeira está recomendando que investidores moderados tenham apenas 5% da carteira em ações em bolsa, o que é o menor nível desde a crise financeira do ano de 2008.
Com a inflação em alta, o cenário econômico no Brasil se torna cada vez mais desafiador, e o mercado financeiro começa a se ajustar. Alguns especialistas estão prevendo um aumento no desemprego e estagnação econômica, o que pode afetar ainda mais os investidores. A decisão do banco Itaú visa minimizar os riscos para os investidores, e a carteira deve ser reavaliada considerando a inflação alta e a economia brasileira instável.
Desafios do mercado brasileiro
A tendência atual é que os investidores arrojados mantenham uma fatia de apenas 7% em renda variável, enquanto os investidores mais cautelosos devem evitar essa classe de investimentos. Além disso, a sugestão para zerar a exposição em ações brasileiras tem sido considerada, devido à volatilidade do mercado. Nicholas McCarthy, diretor de estratégia de investimentos do Itaú, em coletiva de imprensa realizada em 18, disse que a bolsa é um ativo real que, na teoria, ganha com a inflação ao longo do tempo, mesmo que tenha sido um ativo muito ruim em um período. Ele acrescentou que, apesar da possibilidade de zerar a exposição em bolsa, é difícil que isso ocorra, devido ao choque de credibilidade que o país está experimentando após o anúncio do pacote fiscal.
Aumento da inflação
Desde fevereiro, as expectativas para a inflação têm subido, o que exige uma reação do Banco Central, que deve aumentar os juros. Quando isso acontecer, os ativos podem desempenhar mal. McCarthy destacou que o Banco Central está cumprindo seu dever de segurar a inflação aumentando os juros. Ele prevê que a inflação encerre o ano em 5,5% e feche maior do que o teto da meta de inflação em 2025. Além disso, a meta de inflação do Banco Central é de 3% para 2024 e 2025, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Investidores moderados e carteira de investimentos
Para os investidores moderados, a recomendação é cautelosa. O diretor de estratégia de investimentos do Itaú afirma que está abalado com o choque de credibilidade que o país está vivendo e que os investimentos ficarão parados até que haja visibilidade para o futuro. Ele destaca a importância de se manter cauteloso e não se arriscar demais. Além disso, ele sugere que os investidores considerem a criação de uma carteira de investimentos que desconta a inflação, indicador de que o investimento pode ser mais estável.
Indicador de inflação e nível de juros
O executivo evita fazer previsões sobre a Selic, mas afirma que os juros negociados no mercado já embutem a expectativa de Selic maior que 16% ao ano. Ele também destaca que existe espaço para o juro real, que desconta a inflação, ser perto de 10%. Além disso, ele destaca a importância de considerar o nível de juros e a inflação ao escolher os investimentos.
Investimentos e desconta-a-inflação
Em um ambiente de incerteza, em cinco anos, o CDI pode ganhar de todas as classes de ativos. O diretor de estratégia de investimentos do Itaú recomenda que os investidores coloquem o seu dinheiro nos papéis atrelados ao CDI, durmam e saibam que vão ganhar da inflação. Além disso, ele sugere que os investidores considerem investir em outras classes de ativos que desconta a inflação, como os papéis atrelados ao CDI.
Fonte: @ Valor Invest Globo