Júri popular pode julgar em 2027, oito anos após o baile funk que matou nove jovens.
Demora é um elemento-chave no processo penal, especialmente quando envolve crimes cometidos por policiais militares, como o massacre de Elizeu em 27 de abril de 2018 em Porto Alegre. A tortura para as famílias das vítimas é evidente, com eventuais penas definidas pelos júris populares, o que diminui a comoção e a lembrança do massacre.
O processo penal, em geral, é demorado, mas é ainda mais complicado quando envolve policiais militares. Em muitos casos, as investigações levam anos para serem concluídas, o que permite que a memória do massacre se esqueça com o tempo. O assassinato de Elizeu é um exemplo de como a demora pode ser usada em benefício dos acusados. Além disso, a complexidade da justiça militar pode atrasar ainda mais o processo, tornando difícil que as famílias das vítimas vejam justiça. A demora é um instrumento perigoso que pode ser usada para silenciar os mais vulneráveis.
Familias das Vítimas do Massacre de Paraisópolis Lutam por Justiça em Audiência do Caso
O massacre de Paraisópolis completa cinco anos, e, segundo os advogados de acusação e defesa, o julgamento, se houver, pode ocorrer em 2027. Isso significaria oito anos entre as mortes e a sentença, considerando a projeção a partir de 1º de dezembro de 2019, quando nove jovens perderam a vida em uma viela da favela de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, no baile funk da DZ7, após ação da Polícia Militar, marcando o início de um massacre que continua sem justiça.
Famílias das vítimas do massacre de Paraisópolis desejam que o processo avance com mais rapidez e eficiência para que possam ver os responsáveis serem julgados e condenados. A previsão mais otimista, feita a partir da data da última morte, sugere que o julgamento pode ocorrer em 2027, oito anos após os fatos.
Massacre de Paraisópolis: Uma Luta por Justiça
Maria Cristina Quirino, mãe de Denys Henrique Quirino da Silva, um dos jovens assassinados, expressou sua tristeza e desespero diante do processo lento. Ela acredita que a justiça deveria ser alcançada sem luta, e não como um direito que precisa ser buscado. A falta de progresso no caso é desoladora, e a família lutará para que a justiça seja feita.
Investigação e Processo
A investigação sobre o massacre foi realizada pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e levou um ano e meio para ser concluída. O Ministério Público denunciou 12 policiais militares por homicídio doloso, em crimes triplamente qualificados. A primeira audiência, realizada em julho de 2023, ocorreu dois anos após a denúncia e três anos e oito meses após o massacre.
A defensora pública Fernanda Balera, coordenadora do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos, não arrisca previsão de prazos e datas, pois dependem da agenda do juiz. As próximas fases do processo estão marcadas para 31 de janeiro de 2025, e entre as testemunhas de defesa dos policiais, sete já foram ouvidas, faltam 15.
Desafios do Processo
Para terminar o processo no ano que vem, o ritmo de seções teria que aumentar significativamente. Se houver audiências recorrentes, por exemplo, duas por mês, o processo poderia avançar rapidamente. A luta das famílias das vítimas do massacre de Paraisópolis é para que a justiça seja feita de forma justa e o mais rápido possível, e não como um processo lento e burocrático.
Fonte: @ Terra