Escritor e fazendeiro com passagem menos conhecida na carreira jurídica breve celebra o Dia Nacional da literatura infantil brasileira.
Neste dia, 18 de abril, comemora-se o Dia Nacional da Literatura Infantil em homenagem a Monteiro Lobato, um dos grandes nomes da literatura infantil no Brasil. O legado de Lobato vai muito além de seus livros icônicos, refletindo sua dedicação em encantar e educar crianças através da leitura.
Monteiro Lobato, renomado escritor brasileiro, é lembrado não apenas por suas histórias marcantes, mas também por sua atuação como promotor público em um período de sua vida. Sua versatilidade e talento transparecem em suas diversas facetas, demonstrando a genialidade que o destacou no cenário literário nacional.
Monteiro Lobato: O Escritor e Promotor Público
Nascido em Taubaté/SP, em 1882, José Bento Monteiro Lobato seguiu os desejos de seu avô, o Visconde de Tremembé, e formou-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco. Com o diploma em mãos, em 1905, Lobato retornou a Taubaté e candidatou-se ao cargo de promotor público, começando a exercê-lo na cidade de Areias pouco tempo depois.
Após a morte de seu avô, no início de 1911, Monteiro Lobato abandonou a carreira jurídica, iniciando uma passagem menos conhecida como escritor e fazendeiro. Foi nesse período que ele começou a publicar contos, crônicas e críticas, consolidando-se como um renomado literato. Embora sua carreira no Direito tenha sido curta, de 1907 a 1911, Monteiro Lobato deixou sua marca também nos anais jurídicos.
Monteiro Lobato e a Influência Política
Em um episódio curioso, o escritor Monteiro Lobato foi criticado pelo jornalista Eurico Pereira Penna, no jornal O Cruzeirense, por suas atitudes consideradas controversas em Areias. Desejando uma comarca próspera, Lobato contava com a influência política de seu avô, o Visconde de Tremembé, para obter o cargo desejado. Essa passagem revela um lado menos conhecido do autor, envolvendo suas aspirações políticas e sociais em meio a críticas da imprensa local.
O Legado Literário de Monteiro Lobato
O livro ‘Cidades Mortas’, inspirado no município de Areias, é um exemplo do talento de Monteiro Lobato em transformar experiências da realidade em narrativas fantásticas. Criando cidades fictícias como Itaoca, Itapuca e Oblivion, o autor retrata a estagnação sócio-econômica da região do Vale do Paraíba, demonstrando sua habilidade em mesclar ficção e crítica social de forma brilhante.
Monteiro Lobato: Entre a Lei e a Literatura
Uma carta datada de junho de 1907 revela o lado promotor público de Monteiro Lobato, onde ele justifica a condenação do menor João Baptista de Oliveira. Utilizando uma linguagem técnica e detalhada, Lobato argumenta sobre a culpabilidade do jovem e sua propensão a delitos, destacando elementos lombrosianos para embasar suas conclusões. Essa faceta menos explorada de Monteiro Lobato mostra sua habilidade em aplicar a lei e a lógica em seu trabalho além da literatura.
Fonte: © Migalhas