Vítima da PM era jovem da favela do Bugre, em projeto social abandonado, em São Vicente, com histórico de lixão e futebol popular.
O jovem Vinícius Fidelis Santos de Brito, conhecido por fazer parte de um projeto social de futebol, teve seu sonho de se tornar funkeiro interrompido abruptamente. Sua morte foi resultado de uma ação da polícia militar em uma região conhecida pela violência, na ocasião da Operação Verão.
Mais de 56 pessoas foram deixadas por trás da morte de Vinícius, o que reforça a gravidade da violência que afeta comunidades como as favelas, onde jovens sonham com um futuro melhor. O caso dele se soma a uma longa série de assassinatos e violência, destacando a necessidade de mudanças no combate a esses problemas. Vinícius Fidelis Santos de Brito teve um futuro interrompido prematuramente.
Operação Verão: morte e violência em São Vicente
A favela do Bugre, localizada em São Vicente, foi palco de mais uma tragédia em 2024, após uma série de violências policiais que deixaram jovens mortos e famílias aflitas. A falta de oportunidades é um problema gigantesco, com muitos barracos de madeira e famílias sofridas criando seus filhos dentro da favela, como destaca um jovem que conheceu Vinícius Fidelis Santos de Brito, morto a tiros por policiais militares na frente da mãe em 2 de dezembro.
O vídeo do assassinato é um dos mais dramáticos da série de violências policiais flagradas nos últimos dias. A favela do Bugre, com 2.667 habitantes, de acordo com os dados do Censo, é conhecida por ser a região de origem do funk da Baixada Santista. MC Primo, um dos principais nomes do gênero, foi morto em 2012 com 11 tiros.
Morte e violência nos barracos
Vinícius Fidelis Santos de Brito alimentava sonhos de se tornar jogador de futebol e funkeiro, mas foi morto na frente da mãe na favela do Bugre. O jovem era conhecido por sua paixão pelo futebol e tentou se destacar em projetos sociais, como o do Bugre, que oferecia cursos de informática, panificação e oficina de costura, além de um campo de futebol. No entanto, o projeto social foi desativado e hoje em dia não tem mais, está tudo quebrado, como destaca o jovem que o conheceu.
Além disso, a favela do Bugre é a 13ª em número de habitantes entre as favelas de São Vicente, de acordo com o Censo de 2022 do IBGE. O lixão do Sambaiatuba, onde passou o jovem morto, tinha um projeto social que atendia crianças, jovens e adultos, mas foi desativado e hoje em dia é um local de reciclagem. A falta de oportunidades e a violência policial são apenas alguns dos problemas que afetam a favela do Bugre.
Operação Verão e mortes em 2024
A Operação Verão, realizada pela polícia militar, resultou em mais uma morte em 3 de fevereiro de 2024, quando José Marcos Nunes da Silva, de 45 anos, morreu na Avenida Sambaiatuba, na Vila Jockey Clube, em São Vicente. De acordo com a versão oficial, policiais teriam dado ordem de parada ao suspeito, que atirou e tentou fugir a pé. A família da vítima disse que José era catador de recicláveis e implorou pela própria vida. Na noite de 11 de março, dois homens morreram na região durante a mesma operação. A versão dos policiais é de que eles teriam dado ordem de parada aos dois suspeitos, que atiraram e tentaram fugir a pé.
Fonte: @ Terra