Lei em Israel permite temporariamente o fechamento de emissoras estrangeiras consideradas ameaça à segurança nacional. Netanyahu acusou Al Jazeera de terrorista.
O Knesset aprovou uma medida que autoriza o governo israelense a encerrar as atividades da Al Jazeera no território nacional. Com uma votação que contou com 71 votos a favor e apenas 10 contra, a decisão tem gerado polêmica e debates sobre a liberdade de imprensa no país.
A emissora, que tem sua sede no Catar, é acusada pelas autoridades israelenses de fomentar a agitação contra o país. A Al Jazeera vinha sendo alvo de críticas do governo, mas somente agora, com a nova legislação, medidas efetivas foram tomadas para restringir suas operações.
Israel fecha temporariamente a Al Jazeera
A nova lei aprovada pelo Knesset, o Parlamento de Israel, permite o fechamento temporário de emissoras estrangeiras consideradas uma ameaça à segurança nacional, incluindo a rede de TV Al Jazeera. Esta medida gerou preocupação internacional, com os Estados Unidos destacando a importância da liberdade de imprensa.
Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu toma medidas
Antes mesmo da votação da lei, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia afirmado que tomaria medidas imediatas para fechar a Al Jazeera, de acordo com o procedimento estabelecido. O projeto foi aprovado com 71 votos a favor e 10 contra.
Na rede social X, Netanyahu chamou a emissora de terrorista e alegou que ela havia prejudicado a segurança de Israel, incitando contra soldados israelenses. O fechamento previsto pela nova lei se estenderia inicialmente por 45 dias, podendo ser prorrogado.
Posicionamento dos Estados Unidos e relação com Israel
A Casa Branca, por meio da porta-voz Karine Jean-Pierre, expressou preocupação com a lei aprovada pelo Knesset, ressaltando a importância da liberdade de imprensa. Os Estados Unidos são o maior aliado de Israel, e seu comentário ganha destaque diante do contexto político.
Recentemente, durante a guerra entre Israel e Hamas, os EUA se abstiveram de uma votação de cessar-fogo na ONU, irritando Netanyahu, que cancelou uma visita aos EUA. O governo norte-americano tem sido peça chave nas negociações entre as partes envolvidas.
Negociações em Doha e pressão ao Hamas
Doha tem mediado rodadas de negociações sobre cessar-fogo desde o início dos conflitos em Gaza. Israel recuperou reféns em acordos anteriores, mas as discussões sobre uma segunda proposta de trégua parecem estagnadas.
Netanyahu apelou publicamente para que Doha exerça pressão sobre o Hamas para cumprir as condições exigidas por Israel. A ameaça de fechar a Al Jazeera pode estar ligada a essa estratégia de pressão, visando enfraquecer o grupo palestino.
Acusações contra a Al Jazeera e respostas do Catar
Autoridades israelenses acusam a Al Jazeera de incitar agitação e divulgar propaganda contra o país. O ministro das Comunicações de Israel e outros membros do governo fizeram críticas públicas à emissora, alegando que ela expõe as tropas israelenses a perigos.
Por sua vez, o governo do Catar, que financia a Al Jazeera, ainda não se pronunciou sobre a nova lei israelense. A emissora, por sua vez, nega as acusações de incitação e terrorismo, mantendo a posição de independência editorial em meio às tensões com Israel.
Fonte: © G1 – Globo Mundo