Axel Christensen, estrategista-chefe, minimiza riscos fiscais e diz que Brasil pode se beneficiar de guerra comercial entre China e EUA através de exportações de soja, energia renovável e minerais raras da terra brasileira.
A visão otimista sobre o mercado brasileiro, contudo, não parece ter sido afetada pela perspectiva ruim dos investidores estrangeiros. Com um olhar mais positivo, acreditamos que o Brasil ainda oferece muitas oportunidades de investimento, especialmente após o reajuste da política econômica, que busca manter a estabilidade do mercado.
Além disso, a confiança dos investidores na capacidade do governo do Brasil de manter a estabilidade fiscal não parece ter sido afetada pela saída de investidores estrangeiros, o que é um sinal de positividade. O país ainda oferece uma grande vantagem em relação a outros mercados emergentes, com uma economia diversificada e uma trajetória de crescimento chancelada.
Otimismo em cenários de risco
O pessimismo que paira sobre o mercado brasileiro não deixa de ser um imenso oportunismo para investidores experientes. Axel Christensen, estrategista-chefe para investimentos na América Latina da BlackRock, maior gestora de fundos do mundo, com US$ 11,5 trilhões sob seu controle, não hesita em apontar essa diferença entre os que têm compreensão profunda do Brasil e os que não a têm. ‘A capacidade de enxergar além da incerteza de curto prazo’ é o que distingue os investidores experientes, de acordo com Christensen.
Na avaliação do estrategista, o Brasil tem todas as condições de se tornar um dos pontos fortes para alocar recursos em infraestrutura e data centers baseados em energia renovável. ‘Somos dispostos a superar as incertezas de curto prazo porque entendemos a atratividade de participar de algumas dessas transformações.’ Christensen, que analisa o mercado latino-americano há 30 anos, com 15 desses anos trabalhando na BlackRock, também minimiza os temores em relação ao risco fiscal. ‘Não é a primeira vez que os investidores estão preocupados com a situação fiscal no Brasil, e provavelmente não será a última. Isso faz parte do ambiente para nós, é parte do quadro geral.’
A desvalorização do real, impulsionada pela piora na percepção fiscal, é vista por Christensen como um ponto de entrada ‘muito atrativo’ para investimentos em renda fixa. ‘Investidores experientes, que já viram isso no passado e sabem que a volatilidade de curto prazo eventualmente diminui, reconhecem que os fundamentos acabam prevalecendo. Esses momentos se mostram os melhores para ser positivo em algumas dessas oportunidades.’
Fonte: @ NEO FEED