Um paradoxo discutido há décadas sem conclusão satisfatória, envolvendo incógnitas lógicas e decisão do juiz em um exercício de defesa civil com unidades de eficiência em uma história diferente.
Um intrigante paradoxo surgiu no cenário da filosofia, despertando a atenção de estudiosos como Michael Scriven. Em um artigo publicado na revista Mind em 1951, intitulado Anúncios Paradoxais, Scriven destacou a importância desse novo e poderoso paradoxo.
No entanto, nem todos compartilharam do entusiasmo de Scriven. Alguns acadêmicos consideraram esse paradoxo um tanto frívolo, um verdadeiro enigma que não merecia tanta atenção. No entanto, a contradição entre a opinião de Scriven e a de outros especialistas apenas aumentou o interesse em torno desse paradoxo, transformando-o em um dilema que continua a ser debatido até hoje. A busca por respostas é um desafio constante.
O Paradoxo do Enforcamento: Um Enigma Lógico
O paradoxo do enforcamento é um dos mais famosos e discutidos paradoxos lógicos da história, e sua origem remonta a 1943 ou 1944, quando o matemático sueco Lennart Ekbom ouviu um anúncio da empresa pública de radiodifusão sobre um exercício de defesa civil. O anúncio alertava que o exercício seria realizado em uma data desconhecida, para testar a eficiência das unidades de defesa civil. Ekbom percebeu que o anúncio envolvia um paradoxo lógico e discutiu o assunto com seus alunos de matemática e filosofia.
A Contradição no Coração do Paradoxo
Em 1947, um dos alunos de Ekbom visitou a Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, onde ouviu o famoso matemático Kurt Godel mencionar o paradoxo com uma história diferente. Desde então, diversas versões do paradoxo começaram a circular em diferentes lugares, com histórias diferentes, mas com as mesmas incógnitas lógicas. O paradoxo do enforcamento é um exemplo clássico de um dilema lógico que desafia a nossa compreensão da linguagem e da lógica.
A História do Paradoxo
A história do paradoxo começa em um sábado, quando um juiz famoso por sua integridade e cumprimento de suas sentenças sentencia um prisioneiro à morte. O juiz anuncia que o enforcamento ocorrerá ao meio-dia, num dos próximos sete dias, mas que o prisioneiro não saberá a data até ser informado na manhã do dia do enforcamento. O advogado do prisioneiro argumenta que a sentença do juiz é impossível de ser executada, pois se o prisioneiro estivesse vivo na sexta-feira à tarde, saberia de antemão com absoluta certeza que o enforcamento seria no sábado, violando a decisão do juiz.
O Dilema Lógico
O advogado continua a argumentar que, se o prisioneiro descobrir na sexta-feira que o enforcamento será no sábado, isso violaria a decisão do juiz. Portanto, o sábado é descartado como opção. Em seguida, o advogado argumenta que a sexta-feira também é impossível, pois se o prisioneiro estivesse vivo na quinta-feira à tarde, saberia que o enforcamento teria que ser na sexta-feira, violando novamente a decisão do juiz. Esse dilema lógico continua até que todas as opções sejam descartadas, deixando o prisioneiro e o advogado com um paradoxo insolúvel.
Fonte: © G1 – Globo Mundo