Pesquisa da Unifesp e Defensoria Pública revela aumento da repressão contra bailes funk em São Paulo, influenciada pela documentação da repressão aos bailes, funk de preto e favelado, fenômeno cultural musical.
Em meio à discussão sobre a percepção da sociedade brasileira em relação aos bailes funk, também conhecidos como pancadões, é importante lembrar que esses eventos ganharam destaque na pesquisa de opinião divulgada pela Folha de S. Paulo. Com base em mais de 700 notícias, a pesquisa desvenda as reações sociais e políticas ao fenômeno do funk no Brasil, destacando sua expressão cultural e musical exclusiva das comunidades preto e faveladas.
Os bailes funk, que muitas vezes são confundidos com pancadões, são eventos que transbordam de energia, música e dança. Embora muitos ainda os vejam com desconfiança, por vezes associados a violência, é inegável a importância desses eventos na cultura popular brasileira. Desde os bailes funcionais, onde os seguranças são responsáveis por garantir a ordem, até os pancadões, que muitas vezes são associados a conflitos sociais, o funk é um fenômeno que se mantém firme na sociedade brasileira. Além disso, a pesquisa também destaca a importância dos bailes funk como espaços de expressão e liberdade, onde a música funk é o trampolim para a movimentação e a paixão dos dançarinos. A energia desses eventos é contagiosa e, muitas vezes, é o que os torna tão irresistíveis.
Um Retrato de 20 Anos de Repressão aos Pancadões
Em
uma Linha do Tempo de Repressão Policial
, o panorama de duas décadas de bailes funk de São Paulo começa a se desenhar, desafiando a visão de que os pancadões são um problema policial. É o que sugere o
estudo Pancadão, uma História de Repressão aos Bailes Funk de Rua
, produzido pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo e pelo
Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF)
da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
.
O estudo utiliza
617 notícias da Folha de S. Paulo
entre 2001 e 2022, revelando como o poder público se envolveu com os pancadões. Os
bailes funk
são cada vez mais frequentes nas periferias, e o estudo contextualiza o
Massacre de Paraisópolis
, que ocorreu durante uma
Operação Pancadão
em 01 de dezembro de 2019.
A
Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (Apafunk)
foi criada como resposta ao processo de repressão policial, e o
relatório
mostra como as mortes foram resultado de um crescimento contínuo da violência policial. O
estudo
é uma
análise da linha editorial do jornal
e como ela reflete a visão política e policial sobre os bailes funk.
Com
141 páginas
, o
documento
oferece uma
aula de interpretação das reverberações sociais dos bailes funk
, permitindo discussões informadas sobre o
fenômeno cultural, musical, preto e favelado
. O
estudo
é uma
história dos pancadões nas páginas dos jornais
e oferece um
retrato de 20 anos de repressão aos bailes funk
.
Fonte: @ Terra