Terceiro episódio aborda inter-relação da educação antirracista com a educação inclusiva, desafios relacionados à metodologias científicas e produção científica que compõem a dimensão dos seres.
O racismo ainda é um problema marcante em nossa sociedade, e a educação antirracista se tornou uma ferramenta essencial para combater essa questão. Neste contexto, o Programa Educação Antirracista em Diálogo do Ministério da Educação (MEC) irá ao ar com seu terceiro episódio, no dia 4 de dezembro, para discutir a inter-relação entre a educação antirracista e a educação inclusiva.
Esse episódio destaca a necessidade de as escolas trabalharem com estratégias especiais para abordar o racismo estrutural e promover uma sociedade mais justa. A educação antirracista não pode ser vista apenas como um tema isolado, mas sim como uma componente fundamental da educação inclusiva. Ao contrário, a educação inclusiva não pode ser vista sem a educação antirracista. É através dessa interação que as escolas podem desenvolver um ambiente mais inclusivo e antirracista, onde todos se sintam valorizados e respeitados. Um ambiente antirracista é fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária. A educação antirracista também é uma ferramenta científica que pode ser utilizada para entender melhor o racismo e suas consequências. Com essa abordagem, é possível criar uma sociedade mais justa e inclusiva.
Conversa Educativa sobre Racismo e Inclusão
A transmissão do programa ‘O Educação Antirracista em Diálogo’ ocorrerá às 19h30 (horário de Brasília), no Canal Educação e no canal do MEC no YouTube. Nesse episódio, a professora e doutora Nilma Gomes conversa com Graziela Cristina Gonçalves, pesquisadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).
Racismo Estrutural e Educação Inclusiva
Gomes destaca a importância de entender o escopo teórico que articula a educação étnico-racial e a educação inclusiva para refletir sobre a contribuição da produção científica atual das universidades brasileiras para a formação de professores e professoras sobre esses temas. A convidada ressalta que a inter-relação dessas duas lutas é recente e ambas compartilham muitos pontos em comum.
Cientificidade e Sensibilidade à Diversidade
Gonçalves enfatiza que as metodologias científicas precisam ser sensíveis às especificidades da diversidade, citando a importância do olhar interseccional na análise de raça e deficiência. Ela relembra sua pesquisa de mestrado, impactada por um relato real de exclusão de um estudante negro com múltiplas deficiências no ambiente escolar, e destaca que os poucos estudos científicos produzidos no Brasil até então não abordavam classe social, territorialidade ou processos de evasão escolar.
Características dos Seres Humanos e Dimensão da Identidade
Para Gomes, assim como a deficiência, a raça — construída socialmente — é uma das muitas características que compõem a dimensão dos seres humanos. Ela ressalta que a cultura dominante encara ambas como estigmas inferiorizantes. Para a pesquisadora, a superação desses estereótipos é um desafio do campo educacional.
Desafios e Possibilidades na Construção de Políticas Públicas
A convidada conclui que a união de lutas, como o anticapacitismo e o antirracismo, é essencial para conjugar esforços em defesa da diversidade, com foco nas reformas de políticas públicas e matrizes curriculares para atender a essas especificidades. Além disso, a pesquisa científica é uma ferramenta fundamental para a construção de políticas públicas, como o exemplo da pesquisa de mestrado de Gonçalves, que se transformou em um parâmetro para o diagnóstico de marcadores sociais na educação em Itajaí (SC).
Fonte: © MEC GOV.br