Infecção por vetores urbanos causou duas mortes em surto no Brasil. Medidas de proteção e vigilância são essenciais, especialmente para grávidas.
Com a propagação da febre Oropouche no Brasil, causada principalmente pelo mosquito-pólvora conhecido como Culicoides paraenses, a preocupação com a saúde pública aumentou significativamente. A detecção de casos de microcefalia e morte fetal relacionados com o vírus tem gerado alerta entre as autoridades de saúde e a população em geral, tornando essencial a implementação de medidas preventivas e de controle da doença.
A transmissão da febre Oropouche pelo mosquito-pólvora representa um desafio adicional no combate às arboviroses no país. Com o registro dos primeiros óbitos pela doença no mundo, a necessidade de informação e ações eficazes para conter a propagação do vírus se torna ainda mais premente. A conscientização da população sobre os sintomas, formas de prevenção e a importância da eliminação de criadouros do mosquito-pólvora são fundamentais para proteger a saúde coletiva.
Medidas de Proteção e Vigilância contra a Febre Oropouche
A luta contra os vetores é um desafio constante, especialmente diante da ausência de vacinas para prevenir a propagação da doença. Nesse contexto, é crucial intensificar os cuidados, especialmente entre as gestantes. Recentemente, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica enfatizando a importância de reforçar a vigilância em grávidas com suspeita de infecções por arbovírus, incluindo dengue, chikungunya e zika. Essa atenção especial se justifica diante de possíveis complicações, como óbito fetal e malformações congênitas, como a microcefalia.
As medidas de proteção recomendadas não se restringem apenas às grávidas, mas a toda a população. Evitar áreas com alta concentração de mosquitos, como os maruins e o Aedes aegypti, é fundamental. Além disso, o uso de telas em portas e janelas, assim como roupas que cubram o corpo, são ações preventivas eficazes. Vale ressaltar que a transmissão da febre Oropouche não se limita apenas aos maruins, mas também envolve outros vetores, como o Culex quinquefasciatus, presente em áreas urbanas.
No caso específico da febre Oropouche, a orientação da pasta é clara: manter a limpeza do ambiente, incluindo terrenos e locais propícios à criação de mosquitos, é essencial. Além disso, o uso de repelentes nas áreas expostas da pele é recomendado como medida de proteção adicional. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alerta para o risco de transmissão do vírus da mãe para o bebê e sugere o uso de repelentes contendo DEET, IR3535 ou icaridina.
Em relação aos casos de febre Oropouche, o Ministério da Saúde reportou recentemente a ocorrência de mortes em decorrência da doença. Duas mulheres do interior da Bahia faleceram devido a complicações da febre Oropouche, mesmo apresentando inicialmente sintomas de dengue grave. Esses casos ressaltam a gravidade da situação e a importância da vigilância constante.
Os registros de casos da doença têm se expandido para diferentes regiões do país, saindo inicialmente da região Norte e atingindo outros estados. Em 2024, foram contabilizados 7.236 casos de febre Oropouche, evidenciando a necessidade de medidas eficazes de controle e prevenção. Além disso, o Ministério da Saúde está investigando casos de transmissão vertical da doença, que resultaram em morte fetal, aborto espontâneo e casos de microcefalia em diferentes estados do país. Essas investigações reforçam a importância da vigilância e das ações preventivas para combater a propagação da febre Oropouche.
Fonte: @ Veja Abril