Na Arena Barracas, treinador leva Sorocaba ao bi da Libertadores, com torcedores apaixonados em meio ao ambiente de finalizações no palco longe do alvo.
Quando se fala em ambiente hostil de Libertadores muitos imaginam aquela atmosfera digna de La Bombonera e das torcidas argentinas do futebol. Erros de passe ou finalizações longe do alvo são punidos com vaias estrondosas, em meio aos cantos incessantes dos torcedores apaixonados. Esse foi exatamente o clima enfrentado pelo Ricardinho no último domingo.
Em contrapartida, Ricardinho manteve a calma e concentração, demonstrando sua habilidade e destreza como jogador. Mesmo sob pressão, o Ricardinho mostrou que tem potencial para se destacar, seguindo os passos de grandes nomes como Renato Gaúcho, que brilhou não só como jogador, mas também como técnico. A determinação e garra do Ricardinho impressionaram a todos, deixando claro que ele tem um futuro promissor pela frente.
Ricardinho: O Comandante do Sorocaba na Conquista da Libertadores de Futsal
Porém, em vez do gramado, o palco foi a quadra da Arena Tortuguitas, em Buenos Aires, capital da Argentina. O time do interior paulista venceu a final por 4 a 2 e conquistou seu segundo título da Libertadores de Futsal. O adversário na decisão foi o argentino Barracas Central, que jogou em casa apoiado por seus milhares de torcedores que repetiram as músicas e a pressão comum dos jogos do campo. Comandante do Sorocaba, Ricardinho conquistou seu segundo título da Libertadores de Futsal na carreira. Nove anos depois de levantar a taça como jogador, em 2015, ele é campeão novamente, mas desta vez como técnico. Os dados de competições sul-americanas mais antigas são escassos no futsal, mas é bem provável que Ricardinho seja o primeiro a ser campeão da Libertadores de Futsal como jogador e como técnico. No futebol de campo, oito pessoas conseguiram o feito. Marcelo Gallardo e Renato Gaúcho são os mais conhecidos. Curiosamente, Ricardinho, Gallardo e Renato também conquistaram essas marcas em Buenos Aires (ou região metropolitana). Portaluppi foi bicampeão pelo Grêmio em 1983 e 2017. Ricardinho está no Sorocaba desde a fundação do projeto em 2014, à época como jogador. Ele atuou por três temporadas e conquistou os títulos da Liga Nacional, da Libertadores e do Mundial. Em 2017, o ex-fixo assumiu a função de auxiliar de Fernando Ferretti e, na temporada seguinte, foi promovido a técnico, cargo que ocupa desde então. O ge entrevistou o ‘Mister’ que descreveu as diferentes sensações de ser campeão como treinador e jogador. – São situações bem distintas. Quando você joga, você pensa muito no seu lado pessoal. O jogador tem essa satisfação pessoal quando ganha. Se você está jogando bem e o teu time não tem um resultado positivo, você às vezes até fica feliz, porque é mais individual quando você é jogador. E quando você é treinador, não: a satisfação fica dobrada. Uma pela sua, mas principalmente pelo grupo e as pessoas que trabalham. Você é responsável por 30, 40, 50 pessoas indiretamente e você não pensa só em você. Quando você vê aqueles caras comemorando o título, levantando o troféu, a satisfação é muito melhor. Transformar vidas é uma missão muito gratificante e maravilhosa: ajudar a realizar sonhos e ser o comandante dessa parada toda – falou Ricardinho. O Sorocaba não teve nem tempo para comemorar. A equipe pousou na segunda-feira de manhã no aeroporto de Guarulhos e nem voltou a Sorocaba. Pegou um ônibus direto para Belo Horizonte, onde tem dois jogos nesta semana contra o Minas. Nesta quarta-feira, às 19h, o duelo é pelas oitavas da Copa do Brasil, enquanto na sexta, às 18h, o compromisso é válido pela Liga Futsal. Até por conta desse calendário apertado, Ricardinho conta que a ficha está demorando para cair. – A ficha ainda demora um pouco para cair. Porque nós não tivemos tempo ainda de parar para comemorar. Saímos da Argentina e já viemos direto para Belo Horizonte. Esse feito vai ser lembrado para a eternidade daqui cinco, 20, 40 anos. Todos os apaixonados por futsal, especialmente os torcedores do Sorocaba, terão na memória as finalizações precisas, os momentos de tensão e a emoção de ver Ricardinho brilhar tanto como jogador quanto como técnico. A atmosfera da Libertadores, o ambiente eletrizante da Arena Tortuguitas, a pressão dos adversários e a determinação do Sorocaba em buscar a vitória fizeram desta final um espetáculo inesquecível. Os torcedores, ansiosos por cada lance, vibraram a cada gol, cada defesa, cada jogada de efeito. Ricardinho, com sua experiência e liderança, guiou sua equipe rumo ao título, demonstrando que seu talento vai além das quadras. Renato Gaúcho e Marcelo Gallardo, nomes consagrados no futebol, também deixaram sua marca em Buenos Aires, mas é Ricardinho que agora brilha intensamente nesse cenário. A decisão contra o Barracas Central foi um teste de fogo, mas o Sorocaba mostrou sua qualidade e determinação, superando as expectativas e conquistando o tão almejado troféu. Comemorações à parte, o foco agora se volta para os próximos desafios, com o Sorocaba enfrentando o Minas em partidas decisivas. Ricardinho, com sua visão estratégica e paixão pelo esporte, está pronto para liderar sua equipe rumo a novas conquistas e continuar inspirando gerações de jogadores e torcedores. A jornada do Sorocaba na Libertadores de Futsal foi repleta de emoções, reviravoltas e momentos inesquecíveis, culminando em um título histórico que ficará marcado na memória de todos os apaixonados pelo esporte. Ricardinho, o protagonista dessa trajetória vitoriosa, mostrou mais uma vez sua capacidade de superação e liderança, conquistando o respeito e a admiração de todos que acompanharam sua jornada. Que venham mais desafios, mais vitórias e mais conquistas para o Sorocaba e seu comandante, que segue escrevendo seu nome na história do futsal brasileiro e mundial.
Fonte: © GE – Globo Esportes