Convocados por Dorival Júnior não titubearam apesar de serem elegíveis para Bélgica e Portugal, mas o Brasil já perdeu talentos para rivais. Regulamento da Fifa agora segue interpretativo.
A escolha de uma seleção para representar em competições internacionais é uma decisão crucial na carreira de um jogador de futebol. Muitos atletas se veem diante do desafio de optar entre defender a Seleção Brasileira ou escolher outra nacionalidade, o que pode gerar polêmica e até mesmo dividir opiniões entre os torcedores.
Em alguns casos, como o de Thiago Motta, que optou por jogar pela Seleção Italiana em vez da Seleção Brasileira, a decisão pode provocar discussões acaloradas. No entanto, cada jogador tem suas razões particulares para escolher a seleção que deseja representar, seja por questões familiares, oportunidades de carreira ou até mesmo identificação com a cultura do país em questão.
Seleção Brasileira: Características distintas de jogadores elegíveis
Nomes como Diego Costa, Jorginho, Thiago Alcântara e Thiago Motta abraçaram outras cores e fizeram valer um regulamento que passou por atualização da Fifa em 2020. Afinal, quando é que um jogador pode preferir jogar por um país diferente do que nasceu? E quando ele pode trocar de seleção?
O ge ajuda a explicar. + Na mira de Dorival, Andreas recusa novo convite da Bélgica por sonho da Seleção: ‘Não faria sentido’
+ Conversa com Dorival, desabafo e portas abertas em Portugal: o ‘sim’ de Galeno para Seleção Convocados por Dorival Júnior para os amistosos contra Inglaterra e Espanha, Andreas e Galeno facilitam a compreensão do conceito de elegibilidade, uma vez que apresentam características distintas.
O meia do Fulham nasceu na Bélgica, mas é filho de pais brasileiros. Por isso, podia escolher entre os dois países. Enquanto o atacante do Porto nasceu no interior do Maranhão e ganhou cidadania portuguesa pelo longo período em que joga em terras lusitanas.
Regulamento da Fifa e suas diretrizes apresentam as seguintes opções para dupla cidadania:
- O jogador nasceu no território da associação.
- A mãe ou pai biológico do jogador nasceu no território da associação.
- A avó ou avô do jogador nasceu no território da associação.
- O jogador mora no território da federação há pelo menos cinco anos.
Uma vez naturalizado, o jogador está apto a defender qualquer um dos dois países que tem passaporte e a situação se torna mais fácil quando não há dúvida ou disputa entre duas seleções.
Características distintas dos jogadores e regulamento da Fifa
Em muitos casos, por mais que o atleta tenha destaque em determinado cenário, a escolha fica fácil quando a concorrência não apresenta oportunidades e não são poucos os casos de brasileiros que defenderam outros países sem sequer serem especulados pela Seleção. Campeões europeus pela Itália em 2021, Rafael Tolói, Emerson Palmieri e Jorginho são bons exemplos.
Os dois primeiros chegaram a ser convocados e disputaram competições oficiais pelas seleções de base do Brasil, mas passaram longe de um chamado para a principal e não titubearam ao convite da Azzurra. A situação de Jorginho é ainda mais marcante, uma vez que já se profissionalizou em terras italianas e acabou se tornando protagonista do título da Euro.
Seleção Brasileira: Campeões europeus e Congresso técnico
- Itália – Rafael Tolói, Jorginho, Emerson Palmieri, Eder, Luiz Felipe, João Pedro e Thiago Motta
- Portugal – Otávio, Deco, Matheus Nunes, Pepe e Liedson
- Espanha – Diego Costa, Rodrigo Moreno e Thiago Alcântara
- China – Elkesson, Aloísio, Ricardo Goulart e Allan
- Alemanha – Cacau e Kevin Kuranyi
- Rússia – Mário Fernandes
- Croácia – Eduardo da Silva
- Catar – Emerson Sheik
- Ucrânia – Marlos
Há também o exemplo dos irmãos Alcântara, que tomaram rumos opostos.
Filhos do tetracampeão Mazinho, Thiago e Rafinha nasceram na Europa e tinham o direito de escolher entre Espanha e Brasil. Destaque nas categorias de base da Fúria, o mais velho optou pelo país onde cresceu (apesar de ser nascido na Itália), enquanto o mais novo ficou com o verde e amarelo e foi campeão olímpico no Rio.
Características distintas e Regulamento da Fifa não limitam a troca de federação para quem tiver oportunidade nas categorias de base, mas impõem limites a partir da profissionalização. Em congresso técnico realizado em setembro de 2020, a entidade estabeleceu novos parâmetros para esse tipo de situação com itens que permitem interpretações distintas a serem avaliadas por um comitê especial.
Seleção – Elegibilidade e Campeões europeus são pontos que não podem ser ignorados
Fonte: © GE – Globo Esportes