Redução do valor mínimo aplicado no Tesouro Selic e formas de ‘cashback’ nos investimentos são iniciativas planejadas pela Secretaria do Tesouro Nacional para reduzir a volatilidade em títulos e estimular a aplicação mínima.
O ano de 2024 ficou marcado por mudanças significativas no Tesouro Direto, que buscou aprimorar suas funcionalidades e atrair mais investidores. A redução da aplicação mínima, a introdução de vale presente em títulos e o retorno das olimpíadas de investimento foram algumas das principais novidades. Mas o coordenador da Secretaria do Tesouro Nacional, Paulo Marques, já apontou que 2025 poderá ser ainda mais inovador, garantindo uma experiência de investimento mais dinâmica e eficiente.
Com foco em superar os desafios atuais e a procura por novas oportunidades, o Tesouro Direto está mais preparado para enfrentar o mercado financeiro em constante evolução. Para isso, a Secretaria do Tesouro Nacional tem trabalhado em estratégias que incluem a programação de investimentos mais agressivos, assim como a estreita observação da SELCI, que poderá afetar a rentabilidade dos investimentos. Além disso, a expansão da gamificação e a inclusão de novos recursos para o investidor mais experiente, garantem que o Tesouro Direto continue em alta.
Desafios para o Tesouro Selic em 2025
Em conversa com o Valor Investe, o braço direito do secretário Rogério Ceron afirmou que o titular da pasta está repleto de ideias para o próximo ano, focando especialmente no Tesouro Selic, um título de aplicação que é recomendado por analistas para substituir a poupança. O Tesouro Selic é a entrada principal no Programa, mas é o que apresenta o maior valor mínimo atualmente, o que é uma preocupação para a equipe.
‘O Tesouro Selic é o que tem o maior valor mínimo atualmente. Isso para a gente é uma dor, queremos mudar isso,’ mencionou o coordenador. O fracionamento do título continua sendo de 1%, e alterar isso requer mudanças significativas, envolvendo o Banco Central, a B3 e a própria secretaria. No entanto, há planejamentos para 2025.
O Tesouro Selic oferece juros básicos, que atualmente estão em 12,25% ao ano, mais uma taxa variável entre 0,05% (papéis com vencimento em 2027) e 0,12% (papéis com vencimento em 2029). Em contraste, a poupança rende 0,58% ao mês. De acordo com o último balanço da Secretaria, em novembro, o Tesouro Selic representava cerca de 44% das vendas de todo o Tesouro Direto.
Mudanças na Aplicação Mínima
Além da possível alteração no valor mínimo do Tesouro Selic, em 2025 o Tesouro Direto pode incluir opções de cashback, um conceito de ‘dinheiro de volta’. Com a redução atual da aplicação mínima para R$ 2, as instituições financeiras enfrentaram menos dificuldade em oferecer cashback, e isso também é considerado como um método para incentivar mais investimentos. ‘Com essa redução agora, a gente tem visto que as instituições financeiras têm tido menos dificuldade de dar um cashback, esse também é um jeito de incentivar que as pessoas invistam mais,’ afirmou o coordenador.
Em novembro, o Tesouro Nacional e a B3 anunciaram mudanças na aplicação mínima dos títulos, tornando-a mais acessível, com investimentos começando a partir de R$ 2, em vez de R$ 30. O objetivo é tornar o investimento mais atraente e fácil de acessar.
Volatilidade nas Taxas e Preços
A volatilidade das taxas e preços dos papéis foi uma marca distintiva do ano de 2024 no Tesouro Direto, especialmente no final do ano. As negociações foram suspensas várias vezes ao longo do dia em resposta aos acontecimentos da seara fiscal. Embora esse tema seja temporário, o governo busca estabilizar a situação.
A volatilidade pode ser um obstáculo para os investidores, mas é importante lembrar que o título público é considerado um menor risco de crédito dentro da economia. O investidor deve priorizar seus objetivos financeiros ao investir nos títulos, evitando especulação.
Fonte: @ Valor Invest Globo