No Egito, acontecem negociações de cessar-fogo em meio a condições desesperadoras, com refugiados deslocados e batalhões terroristas.
Uma autoridade do Hamas afirmou hoje que as negociações no Cairo sobre o cessar-fogo em Gaza não avançaram, enquanto o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou a data para a possível invasão de Rafah, um dos últimos redutos de segurança para os palestinos deslocados em Gaza.
A região de Gaza continua enfrentando a crise humanitária resultante do intenso conflito recente, o que tem gerado preocupações globais. A comunidade internacional busca formas de mediar os conflitos e encontrar soluções para a situação crítica em Gaza.
Aumentando a Pressão por um Acordo em Gaza
Israel e o Hamas despacharam delegações ao Egito para participar de conversações que envolveram mediadores do Catar e do Egito, além do diretor da CIA, William Burns. A presença de Burns sublinhou a intensificação da pressão do principal aliado de Israel, os Estados Unidos, por um acordo que resultaria na libertação dos reféns israelenses mantidos em Gaza e na prestação de auxílio aos civis palestinos.
‘Nenhuma alteração na postura da ocupação (Israel) significa que não há novidades nas negociações no Cairo’, afirmou uma fonte do Hamas, que solicitou anonimato, à Reuters. ‘Até o momento, nenhum progresso foi alcançado.’ Em Jerusalém, Netanyahu recebeu na segunda-feira um relatório abrangente sobre as negociações no Cairo, um dia após as forças israelenses se retirarem de certas áreas do sul de Gaza.
‘Estamos dedicados à realização de nossos objetivos, sendo a libertação de todos os nossos reféns e a total derrota do Hamas a nossa prioridade principal’, declarou Netanyahu. ‘Essa vitória requer a entrada em Rafah e a erradicação dos batalhões terroristas lá. Isso certamente ocorrerá, e há uma data marcada para isso’, acrescentou o primeiro-ministro, sem especificar a data.
Rafah é o último refúgio dos refugiados palestinos deslocados pelos implacáveis bombardeios israelenses, que devastaram seus bairros de origem. É também o reduto restante das unidades de combate do Hamas, de acordo com informações de Israel. Mais de um milhão de indivíduos estão aglomerados na cidade do sul, enfrentando condições desesperadoras com escassez de alimentos, água e abrigo.
Centenas de moradores que haviam se abrigado em barracas em Rafah retornaram na segunda-feira para suas áreas devastadas após a retirada das tropas israelenses. Alguns voltaram em carroças e veículos abertos, enquanto outros simplesmente caminharam. ‘É um choque, uma verdadeira devastação… a situação é insustentável’, lamentou Mohammed Abou Diab. ‘Vou para minha casa sabendo que está destruída. Tentarei remover os destroços em busca de algumas recordações’, acrescentou.
Equipes médicas palestinas recuperaram mais de 60 corpos de áreas em que as operações militares ocorreram nos últimos meses. Potências do Ocidente expressaram preocupação com o elevado número de vítimas civis palestinas e com a crise humanitária resultante da ofensiva militar de Israel para eliminar o Hamas na densamente povoada Faixa de Gaza.
Na segunda-feira, o Ministério da Saúde de Gaza relatou que pelo menos 33.207 palestinos foram mortos em seis meses de conflito. A maioria dos 2,3 milhões de habitantes do enclave está desabrigada, e muitos correm o risco de enfrentar a fome. O ataque transfronteiriço do Hamas em 7 de outubro matou 1.200 pessoas no sul de Israel, desencadeando o conflito, conforme registros israelenses. As Forças Armadas de Israel alegam que mais de 600 soldados foram mortos em combate desde então.
Em Washington, um porta-voz da Casa Branca destacou que os EUA estão empenhados em assegurar um acordo para a liberação dos
Fonte: @ Agencia Brasil